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Política

Marília: vereadores pedem afastamento de presidente da Câmara

29 out 2012 - 21h13
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Talita Zaparolli
Direto de Marília

Os vereadores de Marília (SP), a 450 km de São Paulo, pediram nesta segunda-feira o afastamento do presidente da Câmara Municipal, Yoshio Takaoka (PSB), que foi preso por suspeita de compra de votos durante as eleições e de tentar atrapalhar as investigações da Polícia Federal. A sessão de hoje na Câmara não durou nem 30 minutos. Além de Takaoka, dois assessores parlamentares também são suspeitos e foram presos na última semana.

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Os vereadores deixaram o Plenário da Câmara depois que Takaoka se recusou a colocar em votação um requerimento que pedia a cassação dele por falta de decoro parlamentar. Cerca de 15 minutos antes do início da sessão, os vereadores Donizeti Alves (PHS), José Carlos Albuquerque (PPS) e Eduardo Gimenes (DEM) foram até a secretaria da Câmara pedir o afastamento de Takaoka do cargo de presidente do Legislativo mariliense. O documento foi assinado por 11 dos 13 vereadores. O pedido de afastamento poderá valer enquanto o caso é investigado pela polícia e pela Justiça.

"Nós fizemos uma reunião na sexta-feira e achamos que nada mais justo pedirmos o afastamento do presidente enquanto houver investigações. Afastamento da presidência. Isso para que a gente possa dar uma resposta à população, uma resposta imparcial. Sem que haja nenhum pré-julgamento", disse o vereador Eduardo Gimenes.

Takaoka deu início aos trabalhos da Câmara, mas José Carlos Albuquerque pediu a palavra e falou ao presidente sobre o pedido de afastamento dele do cargo. Albuquerque solicitou ainda que os trabalhos do dia fossem realizados pelo primeiro secretário, e não por Takaoka, e propôs ao parlamentar que os demais vereadores decidissem sobre sua permanência à frente da sessão.

Takaoka se recusou alegando que, conforme o regimento interno da casa (artigo 68, parágrafo 4º), o requerimento deveria ter sido protocolado até às 18h da última quarta-feira, dia em que ele foi preso. Como foi proposto hoje, o assunto só entraria na pauta da próxima sessão ordinária, ou seja, na próxima segunda-feira. Albuquerque rebateu: "na última quarta-feira, o senhor se encontrava preso e não estava aqui para despachar".

Houve polêmica, já que os outros vereadores presentes exigiam a votação do pedido. A sessão chegou a ser suspensa por cerca de 10 minutos e, na volta, o impasse continuou com bate-boca. Os vereadores decidiram então deixar o plenário e, sem quórum, Takaoka teve que encerrar a sessão.

Antes da sessão, o parlamentar disse que não iria deixar a presidência da Câmara e classificou como armação a denúncia de suposta compra de votos. "Fui vítima de uma armação política e já havia sendo anteriormente com ameaças e panfletagem. A prestação de contas da minha campanha está com a Polícia Federal e agora nós estamos nos defendendo, explicando o que houve, o que são aqueles cheques e contratos. A gente está tentando explicar, para poder se livrar do processo", disse Takaoka. Nesta terça-feira, o pedido de afastamento de Takaoka deve ser analisado pela Comissão de Redação e Justiça e enviado posteriormente para votação em plenário, na próxima segunda-feira.

Fonte: Especial para Terra
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