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Política

De Cesar Maia a Villela: ex-prefeitos tentam vaga de vereador

1 ago 2012 - 16h30
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Angela Chagas
Paula Bianchi
 

Depois de ter sido prefeito do Rio de Janeiro por três mandatos, Cesar Maia (DEM) não vê problema nenhum em dar um passo atrás e retornar à política como candidato a vereador nas eleições deste ano. "Me entusiasma mais ser vereador da capital do que deputado estadual. Vereador tem avassaladoramente mais poder que o deputado", afirma. Assim como o político carioca, ex-prefeitos de cidades importantes, como Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG) e Juiz de Fora (MG) tentam nas Câmaras Municipais recuperar o espaço perdido após uma longa trajetória política.

Cesar Maia (esq.) é candidato a vereador no Rio de Janeiro, enquanto Guilherme Sociais Villela concorre a uma vaga na Câmara de Porto Alegre
Cesar Maia (esq.) é candidato a vereador no Rio de Janeiro, enquanto Guilherme Sociais Villela concorre a uma vaga na Câmara de Porto Alegre
Foto: Divulgação

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Além da importância do cargo, Cesar Maia, que é pai de um dos candidatos a prefeito do Rio, Rodrigo Maia (DEM), cita o dever com o partido como justificativa para a sua candidatura. "Em julho de 2011, na convenção do partido, foi colocado que eu deveria concorrer a vereador para puxar votos. Minha primeira reação foi cumprir uma obrigação partidária", explica. A previsão do DEM é de que o ex-prefeito obtenha cerca de 200 mil votos, o que significaria entre oito e nove vagas na Câmara de Vereadores para a sigla. E a aposta é grande: cerca de um minuto dos 1 minuto e 25 segundos que a legenda terá no horário político já estão destinados a Maia.

Com olhos em 2014, ele acredita que a eleição deste ano vá servir como um termômetro de seu futuro político. "Uma votação boa, uns 30 mil votos, significa que o meu lugar é o Rio de Janeiro e ponto final. Se chegar em 2014 e tiver uma votação pífia, tenho que respeitar o eleitor. Se tiver uma votação muito boa, uns 100 mil votos, sou um quadro à disposição do partido", diz ele, que espera que o trabalho durante os três mandatos na prefeitura tenha retorno nas urnas.

Secretário de relações internacionais do DEM e presidente da União de Partidos Latino-Americanos (UPLA), o ex-prefeito trabalha com uma equipe de sete assessores e não prevê uma campanha milionária - o teto de gastos é de R$ 700 mil. Ele divide seu tempo entre reuniões políticas em casa, a agenda internacional - no começo da semana esteve no Paraguai pela UPLA - e o que chama de "pontos de fluxo", quando vai a lugares específicos da cidade conversar com eleitores. "Três, quatro vezes por semana sento em um café, algum lugar com um bom movimento, e converso com as pessoas que se interessam pela candidatura", diz.

Questionado sobre como seria ser vereador durante o mandato do filho na prefeitura, ele devolve com outra pergunta. "Perguntaria como é para qualquer um ser prefeito sabendo que sou vereador, que tenho pessoas que me abastecem de informação o tempo todo, que conheço melhor como funciona o sistema. E ai do Rodrigo se não trabalhar bem. Sei o poder que tem o vereador", completa.

Para ex-prefeitos, concorrer a vereador não é retrocesso

Ex-prefeito da capital mineira no final dos anos 1970, Maurício Campos (PR) ainda foi deputado federal por cinco mandatos quando resolveu se aposentar. No entanto, aos 79 anos ele diz que foi difícil ficar longe da política. "Não vejo essa disputa como um retrocesso na minha trajetória política. Eu comecei como deputado, nunca fui vereador, agora surgiu a oportunidade e acho que posso fazer um bom trabalho", afirma o político, que registrou seu nome na urna eleitoral como "Maurício Campos ex-prefeito". "Coloquei o ex-prefeito só para me diferenciar de outro candidato que tem o mesmo nome. Mas com certeza o fato de eu já ter sido prefeito vai me beneficiar. Fiz muitas obras e tenho experiência, isso conta", completa.

Assim como Campos, outro ex-prefeito que testa sua influência sobre o eleitorado é Guilherme Socias Villela, que governou Porto Alegre por dois mandados, de 1975 a 1983. O candidato, que prefere não divulgar a idade, também acredita que ser vereador é um importante passo em sua trajetória política. "Quando fui prefeito, a cidade sofreu transformações importantes, como a construção de inúmeros parques e praças, perimetrais, viadutos. Hoje Porto Alegre está passando por novas mudanças e eu quero auxiliar a cidade nesta nova fase", diz o candidato, que pretende focar a campanha nas redes sociais e em contatos telefônicos com os amigos. "Os mais antigos conhecem o meu trabalho, e pelas redes sociais quero mostrar aos jovens o que fiz", completa Villela, que espera angariar os votos do companheiro de partido João Dib, que foi vereador por 41 anos e desistiu de concorrer novamente neste pleito.

Já o ex-prefeito de Juiz de Fora Alberto Bejani aposta na eleição a vereador como uma oportunidade de puxar votos para a legenda do pequeno PSL. "O meu partido tem apenas 30 segundos de propaganda eleitoral, então eu preciso colaborar. Fui prefeito duas vezes, deputado, mas me honra muito poder ajudar o meu partido a fazer uma boa bancada na Câmara", diz o ex-prefeito, que acredita que pode garantir pelo menos três vagas para o PSL no Legislativo municipal.

Bejani, que entrou para o PSL após desentendimentos com a executiva nacional do PTB, ainda precisa lutar na Justiça para validar sua candidatura. Tudo porque renunciou ao comando da cidade em 2008, após denúncias de irregularidades investigadas em uma CPI na Câmara de Vereadores. A lei da Ficha Limpa diz que os políticos que renunciaram aos seus cargos ficam inelegíveis por oito anos. "Vou até o Supremo (Tribunal Federal) para mostrar que minha eleição é legítima", completa o ex-prefeito, que teve o registro impugnado pela Justiça Eleitoral após pedido do Ministério Público e agora concorre sob judice.

Fonte: Terra
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