Russomanno sobre relação com dono da Dolly: "tenho orgulho"
- Tiago Dias
- Direto de São Paulo
O candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRB, Celso Russomanno, evitou comentar sua relação com o sócio e dono da marca de refrigerante Dolly, Laerte Codonho, na manhã deste sábado. Após participar de uma pedalada até a prefeitura da cidade, no Centro, Russomanno negouque tenha feito algo errado e afirmou ter "orgulho" do empresário.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, quando era deputado federal pelo PP, em 2004, Russomanno promoveu audiências sobre a disputa entre a Coca-Cola e a Dolly. Três anos depois, Codonho comprou parte da empresa de comunicação do candidato, a ND Comunicação, e doou, segundo o jornal, R$ 250 mil para a campanha de Celso ao governo do Estado em 2010.
"Isso é uma coisa de alguns anos. Não fiz defesa só para essa empresa, fiz para centenas", rebateu. Após quase duas horas andando de bicicleta ao lado dos filhos, o candidato afirmou que não vê problema na sua relação com Codonho. "Tenho orgulho dele porque é um batalhador. Não vejo nenhum problema, não fiz nada de errado. Três anos depois que defendi a Dolly é que ele começou a patrocinar meu programa. Me conhecendo mais de perto, quis ficar sócio", explicou.
Mais tarde, em nota enviada pela assessoria de imprensa do candidato, Russomanno afirma que manteve "bom relacionamento e amizade com a direção da Coca-Cola": "Resolvi problemas de denúncias contra a empresa que chegaram à Comissão de Defesa do Consumidor na Câmara", diz. No caso da denúncia de suposta "concorrência ilegal" com a Dolly, ele afirma: "tentei mediar uma solução, mas foi infrutífera. Então, levei para a Audiência Pública da Câmara".
Laerte Codonho foi condenado por falsidade ideológica pelo Tribunal Regional Federal (TRF), mas a pena foi extinta, porque o crime prescreveu. O candidato afirma que não tinha conhecimento sobre o assunto e disse que só vai opinar ao final do processo.
Reunião com Dilma
Russomanno ainda comentou que vai esperar a volta do coordenador da campanha e presidente da legenda, Marcos Pereira, de Londres, para ver os próximos passos da campanha. Em reunião a portas fechadas, a presidente Dilma Rousseff teria comentado com dirigentes do PRB, em tom de brincadeira: "você não faça acordo com a oposição", em referência ao suposto pacto de não-agressão firmado entre o coordenador e o adversário do PSDB na disputa, José Serra.
"Eu sou independente, quero discutir os problemas e as soluções para São Paulo. Podem vasculhar minha vida, nada vai me tirar do rumo", reagiu o candidato. Questionado se reveria sua relação com o petista Fernando Haddad, Russomanno afirmou: "não vou atacar ninguém nessa campanha".
