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Política

Rio: ala do PT rejeita Paes e deve entrar na campanha de Freixo

3 jul 2012 - 14h25
(atualizado às 15h20)
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Uma ala do PT no Rio de Janeiro deve contrariar a decisão do partido de apoiar o atual prefeito da capital fluminense e concorrente à reeleição, Eduardo Paes (PMDB) e deve aderir à candidatura do deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ).

Os dissidentes petistas seguem o mesmo caminho trilhado por um grupo do PDT ligado ao "Movimento de Resistência Leonel Brizola", que integrará a campanha de Freixo. Apesar de ainda não terem definido o apoio ao candidato do Psol, eles garantem que não participarão da coalizão do atual prefeito."O PT não cumpriu as etapas democráticas de discussão e debate. Por isso, pessoalmente, me sinto desobrigado a seguir essa orientação que está sendo dada. Defendo Freixo como alternativa. Os companheiros estão discutindo, o fundamental é não estar junto do Eduardo Paes", afirmou o diretor do Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio e militante petista, Stel Soares.

O presidente municipal do PT no Rio de Janeiro, Jorge Florêncio de Oliveira, rebate as afirmações de que a sigla não teria discutido internamente a questão das alianças para a prefeitura do Rio. Segundo o dirigente, várias reuniões foram realizadas, inclusive com a presença das principais lideranças do partido, que referendaram a posição petista de ingressar na chapa de Eduardo Paes com o candidato a vice, vereador Adilson Pires (PT). "Não há nenhum racha. É um núcleo pequeno que está fazendo esse alarido."

Para Stel, embora não haja uma dissidência, o número de filiados que não concorda com a aliança com Paes é representativo e deve crescer. "Ninguém está criando uma dissidência, estamos reagindo a situações inadequadas. O partido está muito desmobilizado. Nós que começamos isso percebemos que a bola está crescendo. Acho que vai ser muito representativo principalmente em relação às questões de democracia interna. Não nos identificamos com o governo Paes, nem na forma nem no conteúdo".

A questão é relativizada por Jorge Florêncio. De acordo com a avaliação do dirigente, os contrariados não representam nem 1% dos filiados. "É um grupo pequeno que faz mais alarde do que causa prejuízo partidário. Não tem nada que comprove alguma coisa até o momento. Se eles não fizerem nada publicamente, não forem para rua, nós respeitamos. Caso apoiem outra candidatura, eles já não estão no PT, podem ser suspensos ou expulsos. O PT não admite campanha contra sua posição, está no nosso estatuto. Eles não podem ficar contra o partido".

Stel, filiado há 22 anos ao PT, garante não temer ser retaliado pelo partido e aponta razões históricas para respaldar sua posição. "Se eu estou no PT é porque assumi um compromisso de mudança e se o PT fugiu desse compromisso é problema do PT. Eu não mudei, os companheiros também não. Nós queremos que o PT mantenha seu perfil. Eu não quero sair do partido, mas se a direção achar que tem que ser radical, assuma isso. Nós somos petistas e não temos medo disso", finalizou.

Fonte: Terra
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