SP: Chalita poupa Haddad, mas critica kit anti-homofobia
- Marina Novaes
- Direto de São Paulo
Aliado do governo na esfera federal, o deputado Gabriel Chalita, pré-candidato do PMDB à prefeitura de São Paulo, mirou suas críticas ao adversário do PSDB José Serra e ao prefeito Gilberto Kassab (PSD), mas poupou o rival do PT, Fernando Haddad, durante entrevista nos estúdios do Terra nesta segunda-feira.
Embora não tenha atacado o rival petista, Chalita não deixou de criticar o chamado kit anti-homofobia, desenvolvido pela ONG Pathfinder do Brasil a pedido do Ministério da Educação (MEC) durante a gestão de Haddad na pasta. O material não chegou a ser distribuído nas escolas, pois foi barrado pela presidente Dilma Rousseff após pressão da bancada religiosa na Câmara - na ocasião, a presidente considerou-o "inadequado". Somando-se a isso as falhas no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), Haddad já vem sendo alvo de críticas de seus adversários na corrida municipal.
"Acho que aquele kit era ruim, porque ele fazia uma apologia à homossexualidade. (...) Trabalhar tolerância e diversidade é algo que deve ser trabalhado em todas as áreas, (...) eu não criaria uma disciplina nova para isso", afirmou Chalita, que foi secretário estadual de Educação no governo anterior de Geraldo Alckmin (PSDB).
Apesar de ter criticado o material, apelidado de "kit gay" pela bancada religiosa, Chalita disse que não irá usar a abordagem de temas polêmicos como arma eleitoral, lembrando o que ocorreu durante as eleições de 2010. Naquele ano, quando Dilma disputava a Presidência com o ex-governador José Serra (PSDB) - hoje pré-candidato a prefeito -, houve uma intensa troca de acusações em torno das opiniões dos adversários em relação ao aborto.
Para Chalita, Serra criou uma "rede de boataria" para tentar rotular Dilma como alguém "contra a vida", o que, em sua opinião, foi um golpe baixo. "Agora, ela (Dilma) colocou uma ministra que é a favor do aborto, mas uma pessoa não muda a posição do governo. Ela é a favor da vida", afirmou.
Temas polêmicos
Católico, Chalita disse ser contra o aborto, por ser "diretamente contra a vida", mas afirmou ser favorável à união civil de casais homossexuais. Ele disse ainda que sua bandeira eleitoral será a "tolerância".
"É inadmissível que uma sociedade não consiga conviver com uma pessoa diferente. (...) Tenho o maior respeito pelos homossexuais. Sou favorável (à união civil). Agora, o casamento religioso nem me parece algo que essa comunidade queira, que os homossexuais queiram", explicou.
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