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Política

Goiânia: candidatos se unem contra atual administração em debate

3 ago 2012 - 02h10
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Mirelle Irene
Direto de Goiânia

O debate promovido pela rede Bandeirantes com os candidatos a prefeito de Goiânia contou com a participação de seis dos oito postulantes ao cargo. Segundo a organização do debate, os candidatos do PSTU, Rubens Donizzeti, e do PPL, José Netho, não participaram porque seus partidos não têm representantes na Câmara Federal.

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Dos candidatos que participaram, cinco buscaram centrar questões e discussões em críticas à atual administração do prefeito Paulo Garcia (PT): Jovair Arantes (PTB), Isaura Lemos (PCdoB), Professor Pantaleão (Psol), Simeyson Silveira (PSC) e Elias Jr. (PMN). O prefeito, por sua vez, buscou escapar das polêmicas, não caiu na maioria das provocações e tentou mostrar os avanços que alcançou em dois anos e quatro meses de governo. "É um período muito curto, mas fizemos muito", garantiu o candidato que, em 2010 substituiu, como vice, Iris Rezende (PMDB) no comando da prefeitura, quando o peemedebista saiu do cargo para se candidatar ao governo do Estado.

No primeiro bloco, na fase de perguntas trocadas entre os candidatos, a atual administração foi criticada já no primeiro questionamento feito pela candidata Isaura Lemos ao candidato Elias Jr. sobre a política de ação social da prefeitura. "O reflexo está nas ruas de Goiânia. Há poucos dias, um morador de rua morreu de frio. Onde estavam os órgãos de Assistência Social do município?", criticou o deputado do PMN. Isaura replicou lamentando a extinção de convênios da prefeitura com entidades de amparo a jovens e crianças carentes e disse que o número atual de Conselhos Tutelares na capital é insuficiente. "É preciso o dobro", disse.

Logo depois, Isaura e Elias jr. trocaram pergunta e respostas sobre a saúde municipal. "Se eu fosse dar uma nota eu daria nota 5", disse a deputada Isaura, argumentando que faltam médicos nas unidades de saúde e que "as pessoas morrem nas filas dos serviços de emergência". Elias Jr propôs, por sua vez, a criação do Hospital Geriátrico, para a terceira idade.

Ainda neste bloco, a temperatura esquentou pela primeira vez entre os candidatos Jovair Arantes e Paulo Garcia. "É evidente que a prefeitura hoje é absolutamente omissa em relação ao Meio Ambiente", disparou Jovair, ante pergunta de Paulo sobre o tema. O petista retrucou que sua administração implantou o programa Macambira-Anicuns, em parceria com o governo federal e com o BID, de requalificação de 131 bairros da capital. "A cidade de Goiânia é conhecida internacionalmente como uma cidade ambientalmente correta", disse o prefeito. "O Macambira-Cascavel é como várias obras inacabadas que têm nesta cidade, que começaram e não concluíram. Inicia a obra fazem propagandas milionárias e não concluem as obras", criticou de novo o candidato do PTB, errando o nome do projeto.

A polêmica continuou, quando, em seguida, Jovair perguntou sobre as propostas de Paulo para melhorar o atendimento médico. "Me parece que o senhor está realmente despreparado para ocupar a posição que deseja", disse o prefeito, remetendo ao erro do adversário no nome do projeto ambiental na pergunta anterior. "Investi na saúde 23% do recurso municipal. O governo do estado, que o senhor representa e é apoiado por ele, jamais investe o que preconiza a legislação", criticou. O candidato do PTB criticou o funcionamento precário dos postos de saúde e hospitais municipais. "Não podemos continuar convivendo com o faz de conta. Quem diz que faz e não faz não pode ser reeleito", criticou Jovair. Em outro momento do debate o petebista ainda disse que "Goiânia não pode ter prefeito omisso, preguiçoso, que não discute com a comunidade."

No segundo bloco, o candidato do PSC, Simeyson, pontuou também sobre este tema e disse que a administração municipal precisa de um choque de gestão. "Hoje o que falta a Goiânia é uma gestão moderna", disse.

Em meio às perguntas de candidato para candidato, o escândalo Carlinhos Cachoeira foi citado. O candidato do Psol, Professor Pantaleão, questionou o prefeito Paulo Garcia sobre as obras de reforma do parque infantil Mutirama, que são investigadas por suspeita de superfaturamento pelo Ministério Público Federal e Estadual. O candidato do Psol questionou se a obra era eleitoreira, inaugurada às pressas, e lembrou que, de acordo com investigações, Cachoeira tem 30% da construtora Warre, uma das empresas que tocam a obra. Em resposta, Paulo Garcia disse que foi o primeiro prefeito do Brasil a suspender contratos com a Delta.

Ainda sobre o Mutirama, Garcia lembrou que suspendeu a obra preventivamente até sanar os problemas jurídicos. O atual prefeito insinuou também, que seus adversários políticos atuaram para impedir a inauguração da obra. "Ficou claro para nós que este grupamento jurídico, que me parece ser ligado a contravenção, se utilizou de todos os recursos para impedir que uma obra de tamanha importância fosse executada", disse o petista.

Nas considerações finais, Paulo Garcia usou a estratégia de colar seu nome ao carismático líder do PMDB de Goiás e lembrou que tem o apoio em sua campanha do ex-prefeito Iris Rezende, por quem disse ter "um caloroso afeto" e admiração por "sua capacidade inigualável como administrador".

Fonte: Especial para Terra
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