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Política

Pimentel: transição será "por cima", sem negociação regional

3 nov 2010 - 17h50
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Juliana Prado
Direto de Belo Horizonte

Apesar de Estados estratégicos como Minas Gerais já estarem de olho em sua cota de participação no futuro governo Dilma Rousseff (PT), a divisão do espaço não passará por discussões regionais. Quem garante é o candidato derrotado ao Senado, ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT). Atuando "informalmente", segundo ele mesmo diz, no grupo que irá coordenar a transição de governo, Pimentel deixa claro que as conversas serão feitas "por cima", em referência à seara das direções nacionais de partidos.

"Tudo será conduzido nacionalmente, não vai ter negociação regional", pontua. Segundo o ex-prefeito da capital, que está no grupo que cuida da transição por ser da cota pessoal de Dilma, a afobação por espaço pode não ser benéfica neste momento. "É preciso esperar para ver como as coisas vão acontecer. Estamos ainda num primeiro momento de estruturação e de montar as equipes técnicas".

O representante de Minas no grupo afirma que a tendência, óbvia, é de que o PT vá manter um amplo espaço na cota de governo na gestão Dilma. Hoje, a sigla detém nada menos que 15 ministérios, seguidos do PMDB, com seis. Segundo Pimentel, o partido do vice Michel Temer vai querer manter sua parcela atual.

Ao ser questionado sobre seu próprio futuro, o ex-prefeito de Belo Horizonte, cotado para o primeiro escalão, reage contrariado: "Parece que eu estou num inquérito. Eu não sei qual será a minha participação. A Dilma já falou que não vai adiantar nada (sobre cargos)".

Cautela
Também evitando mostrar cobiça por espaço, o PMDB de Minas pisa em ovos quando o assunto é a cota de participação no governo. O presidente estadual da sigla, deputado federal Antonio Andrade, diz que está acompanhando as conversas do grupo de transição, mas com cautela. Ele admite que, com a segunda bancada federal, com sete deputados, o PMDB mineiro tem legitimidade para fazer gestões.

"Estamos trabalhando no sentido de ampliar participação sim. Minas e Rio são as bancadas mais fortes do PMDB. Vamos abrir um espaço para o Estado, mas as negociações ainda estão no começo", pondera. Ele também faz questão de dizer que quem irá coordenar as discussões sobre espaços a serem ocupados é o vice de Dilma, Michel Temer.

Antonio Andrade defende que os partidos aliados do governo Lula fiquem com o mesmo naco na gestão da futura presidente. "O mais correto, na minha opinião, é que partidos da aliança fiquem com a fatia que já têm. Mas é claro que a decisão é da Dilma". O dirigente mineiro acredita que o fato de o PMDB ter conquistado a vice-presidência já representa, por si só, a conquista de um lugar privilegiado.

Fonte: Especial para Terra
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