BA: construtoras fizeram maiores doações para Jaques Wagner
A maior parte dos recursos da campanha de reeleição do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), veio de doações de empreiteiras, entre elas as executoras das maiores obras públicas do Estado. Do total da prestação de contas de R$ 26,2 milhões do petista, R$ 10,3 milhões (39,3%) tiveram origem em construtoras, de acordo com os dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Um dos doadores de Jaques Wagner é Carlos Seabra Suarez, ao lado de sua ex-mulher Abigail Silva Suarez, com R$ 250 mil cada. Ele foi sócio da OAS e comanda negócios em áreas como energia e imobiliária.
Wagner teve a terceira campanha mais cara do país, dentre as 11 prestações de contas de governadores disponibilizadas pelo TSE até a tarde desta terça-feira (2). Ficou atrás dos tucanos Antonio Anastasia (MG), R$ 38 milhões, e Geraldo Alckmin (SP), R$ 34,2 mi. Em quarto, Roseana Sarney (MA) - R$ 24,4 milhões.
O maior doador do petista foi a UTC Engenharia S/A, com R$ 2,4 milhões. Ela é parceira da OAS e Odebrecht na construção do Estaleiro Enseada do Paraguaçu, na Baía de Aratu, obra da iniciativa privada.
Em segundo lugar aparece a Construtora OAS, com R$ 1,5 milhão. Dentre as 15 maiores doadoras, ela se destaca como a que mais recebeu repasses do governo estadual desde 2007, indica o levantamento feito no portal Transparência Bahia. Foram R$ 108,3 milhões, sendo a maior parte deste montante em pagamentos da obra da Via Expressa Baía de Todos os Santos, cuja primeira etapa foi inaugurada no mês passado. A grande maioria destes recursos - R$ 102,3 milhões - foi repassada no ano da eleição. A OAS também participa do consórcio de construção da Arena Fonte Nova.
A OAS doou R$ 11,4 milhões para campanhas em nove Estados, segundo dados do TSE. Wagner foi o maior beneficiado - R$ 1,5 milhão, ou 13,1% do total. Na sequência aparece o governador reeleito do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, com R$ 1 milhão, e o candidato derrotado ao governo de São Paulo, Aloísio Mercadante, com R$ 800 mil.
Empatado com a OAS aparece outra construtora, a Camargo Correa S/A, com R$ 1,5 milhões. Ela é do consórcio que tenta construir o metrô de Salvador em obra que se arrasta há mais de dez anos.
Na sequência, aparecem a WTorre Engenharia e Construção S/A, de São Paulo, e a Moura Dubeux Engenharia S/A, com R$ 1 milhão cada uma, e a Engevix Engenharia, com R$ 900 mil. Antonio Andrade Júnior, diretor da Cyrela Andrade Mendonça, também se destaca como doador pessoa física, com R$ 200 mil.
O assessor geral de Comunicação do governo da Bahia, Robinson Almeida, disse que cabia ao coordenador executivo da campanha, César Lisboa, comentar o assunto.
Adversários
Cerca de 66% dos recursos arrecadados pela campanha de Paulo Souto ao governo do Estado foram repassados pelo diretório estadual e o diretório nacional do Democratas (DEM). Ao todo, o candidato arrecadou R$ 9,5 milhões para a campanha.
O restante das doações veio de 13 empresas privadas. A maior doadora foi a CNEC Engenharia, que doou cerca de um milhão de reais para a campanha. Na sequência vem a Suzano Papel e Celulose com doação de R$ 443,9 mil. Entre as outras doadoras estão empresas como a UTC Engenharia, Azaléia, Ferbasa e a Fibria Celulose e Itaú Unibanco. O candidato não recebeu doações de pessoas físicas.
A campanha do peemedebista Geddel Vieira Lima arrecadou um total de R$ 4.5 milhões. A maior parte das doações partiu do Comitê Financeiro Único da campanha, num total de R$ 3,9 milhões. Apenas quatro empresas apoiaram financeiramente a candidatura Geddel. A maior doação foi da Galvão Engenharia que repassou R$ 50 mil para a campanha peemedebista.
Um montante significativo da arrecadação - cerca de R$ 500 mil - foi bancado pela própria família do candidato. Doaram o pai Afrísio Vieira Lima, o irmão e deputado federal eleito Lúcio Vieira Lima, além do próprio Geddel.
