PT-MG: Minas vai compor governo, mas decisão é da "presidenta"
- Juliana Prado Campos
- Direto de Belo Horizonte
O presidente estadual do PT de Minas Gerais, deputado Reginaldo Lopes, evitou mostrar, neste domingo, que o Estado fará pressão para ocupar cargos no futuro governo da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT).
Reunido com o grupo de coordenação da campanha em Minas Gerais, o dirigente afirmou que o Estado vai compor o governo, mas que a decisão caberá à petista. "Nós vamos governar junto com a nossa próxima 'presidenta' eleita. Mas, no momento adequado, teremos o debate político sobre isso", disse.
Responsável pela coordenação estadual da campanha no segundo turno, o dirigente do PT contemporizou, afirmando que, mais do que cargos, "Minas está unida para defender as grandes obras" necessárias para melhorar a infraestrutura do Estado. "Minas se sente muito feliz de ter uma filha, depois de 50 anos, democraticamente eleita para presidir o Brasil".
Reginaldo Lopes ainda negou a hipótese de que Dilma Rousseff tenha usado sua mineiridade - ela nasceu em Belo Horizonte - apenas como capital político para ganhar votos no Estado durante a disputa presidencial.
"Não tem nada que marque mais a gente do que aquilo que acontece na nossa infância e adolescência. Isso é eterno. Com certeza, vai fazer diferença à frente da presidência". A declaração faz alusão aos anos que a petista passou na capital mineira.
O ex-ministro Walfrido dos Mares Guia comemorou o resultado e os cerca de 1,2 milhão de votos a mais conquistados por Dilma no segundo turno - ela passou de 5 milhões de votos na primeira etapa para 6,2 milhões na eleição deste domingo. Já Serra subiu de 3,3 milhões para 4,4 milhões entre o eleitorado mineiro.
"No primeiro turno, o povo votou pela continuidade de um governo que ele aprova em Minas Gerais (do tucano Aécio Neves, que elegeu Antonio Anastasia). E no segundo turno, optou pela continuidade por um governo que ele aplaude (de Lula), dando mais um milhão de votos".