Vendedores em Paris aproveitam eleição para atrair clientes
- Lúcia Müzell
- Direto de Paris
O segundo turno das eleições é também uma oportunidade de negócios para o mercado de produtos brasileiros em Paris. Diante do consulado, na avenida Franklin Roosevelt, vendedores e representantes de serviços voltados ao consumidor do Brasil disputavam espaço com os eleitores que chegavam para votar.
O mais destacado deles era Nelson Andriola, 55 anos, produtor de carne seca na cidade de Toulouse. Figura presente também no primeiro turno, Andriola voltou hoje para repetir as vendas realizadas em 3 de outubro. Enquanto a boca de urna é proibida, a propaganda pela carne seca estava livre. "Uma ocasião como essa vale ouro para fazer contatos", disse o vendedor, empunhando uma pequena placa indicando que oferecia a especialidade nordestina. "O mercado de produtos brasileiros é bastante restrito na França e as pessoas gostam de saber onde podem encontrar aquelas comidas que lembram da terra natal", afirmou o vendedor, natural de Natal. Das mãos de Andriola, o quilo do produto sai por 21 euros (R$ 49).
Daniela Cruz, moradora há seis anos na capital francesa e apaixonada por feijoada, aproveitou a ocasião e reabasteceu o seu estoque de carne de seca. "Caiu como uma luva. Eu tenho uma feijoada com amigos marcada para o dia 26, agora já estou com todos os ingredientes comprados", disse a jovem, confirmando que também é difícil de encontrar feijão preto e farofa em Paris.
Outras opções de negócios em plenas eleições eram os serviços de venda de assinatura do canal internacional de uma grande emissora de televisão brasileira. "Nós apresentamos os custos da emissora e fazemos o pré-cadastro de clientes aqui mesmo", disse uma vendedora. "Mas o segundo turno está bem menos movimentado do que o primeiro", comentou. A diferença de movimento entre o primeiro e o segundo turno em Paris era evidente. Em nenhum momento houve filas de mais de 20 pessoas, o auge tendo acontecido por volta das 15h30 (12h30 em Brasília).
A mesma impressão foi sentida por uma representante de uma famosa empresa de transferência de valores, que viabiliza o envio de dinheiro para o Brasil a custos mais vantajosos que através dos bancos. "Na eleição, vem brasileiro que mora na França inteira, é uma ocasião excelente para divulgar o nosso serviço e conseguir novos clientes", disse a jovem, que não quis se identificar.
