PF faz operação de madrugada contra venda de votos em RR
- Cyneida Correia
- Direto de Boa Vista
A Polícia Federal (PF) intensificou na madrugada deste domingo o combate a crimes eleitorais em Roraima, onde a campanha para o segundo turno das eleições acirrou-se nos últimos dias. Entre os crimes coibidos pela PF está a prática de compra de votos.
Durante toda a madrugada, agentes da Polícia Federal fizeram rondas nos bairros da periferia da capital do Estado, Boa Vista. A meta, com isso, é combater a compra de votos. Segundo a PF, os esforços da operação foram concentrados no período noturno porque, em Roraima, a compra de votos ocorre muito frequentemente "na calada da noite".
Durante a madrugada, nas ruas e becos dos bairros mais afastados, pequenos grupos aguardavam a passagem dos candidatos ou cabos eleitorais com dinheiro, cestas básicas ou presentes. Apesar do policiamento ostensivo das polícias Federal, Civil e Militar, os moradores não tinham receio de mostrar claramente que pretendiam vender o voto.
A reportagem do Terra percorreu a periferia de Boa Vista, onde até a movimentação de veículos com adesivos de candidatos ao governo era intensa até por volta das 4h. Como forma de despistar o policiamento, os candidatos utilizavam motocicletas para entregar dinheiro aos moradores.
No conjunto Cidadão, um dos mais afastados da periferia da cidade, a reportagem encontrou, por volta das 3h, o advogado da coligação "União por Roraima" (PMDB/PTN/PR/PPS/DEM/PSDB), Alexander Ladislau, e o candidato a vice-governador na chapa de Anchieta Júnior (PSDB), o deputado federal Chico Rodrigues (DEM), que estavam em picapes. O advogado abordou o veículo da reportagem e afirmou que estava ali ajudando a coibir a "compra de votos".
A Polícia Militar também estava nas ruas com cerca de 15 equipes fazendo abordagens. Vinte bares e lanchonetes foram fechados por estarem burlando a Lei Seca vendendo bebida alcoólica. No segundo turno da eleição para governador, a proibição de venda de bebida vale até as 19h deste domingo.
"Os moradores desses bairros periféricos acham que está dentro da normalidade oferecer seu voto nas esquinas. Fizemos revistas ostensivas nos carros que passavam por esses bairros, mas não conseguimos pegar nenhum veículo com dinheiro. A ação da polícia coibiu a prática este ano", explicou o coronel Maia, que comandava uma viatura da PM.
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