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Política

Segundo turno registra menor movimento em Paris

31 out 2010 - 06h35
(atualizado às 12h11)
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Lúcia Müzell
Direto de Paris

O segundo turno das eleições presidenciais começaram com bem menos movimento do que na primeira votação, em 3 de outubro. Na abertura da sessão, às 8h, não mais do que 15 pessoas aguardavam na fila em frente ao consulado, a metade da movimentação registrada na votação anterior.

Freiras votam em Roma (Itália)
Freiras votam em Roma (Itália)
Foto: Distinti Saluti / Especial para Terra

"É normal o segundo turno ter menos força do que o primeiro. Os índices de abstenção sempre são menores, ainda mais no exterior", comentou o cônsul-geral-adjunto André Luiz Azevedo dos Santos, responsável pela organização das eleições dos brasileiros na capital francesa.

A votação começou sem incidentes, na hora marcada. Alguns eleitores, no entanto, se confundiram com o começo do horário de inverno na Europa, iniciado à meia-noite de ontem, e chegaram mais cedo do que previsto no local de votação. Foi o caso da cearense Fernanda Oliveira, 26 anos, que pretendia chegar às 8h30 mas, em decorrência da antecipação em uma hora do horário europeu, acabou chegando às 7h30, meia hora antes da abertura da votação.

"Acabei não olhando os jornais ontem e não me imaginava que haveria mudança de horário hoje", disse a mestranda. "Foi ruim chegar tão cedo, mas por outro lado, terei uma hora a mais de domingo para aproveitar a partir de agora".

Não foi somente entre os eleitores que o horário de inverno provocou confusão: um dos mesários também chegou uma hora antes do previsto, o que, no caso das pessoas que trabalham na eleição, significa ter chegado duas horas antes do início da votação, conforme relatou o cônsul-geral-adjunto.

"Em uma eleição, é melhor excesso de precaução do que atraso", disse Santos. Ele disse que as 11 urnas eletrônicas enviadas à França já estavam pré-programadas para terem o horário alterado na madrugada do dia 31, o que ocorreu sem percalços.

Outros eleitores, como a curitibana Mariana Ferreira Gomes, 29 anos, preferiram ir cedo ao consulado para evitar as filas que começam a se formar a partir das 11h. No auge do movimento, depois das 14h, a espera chega a durar uma hora.

"Na última vez, cheguei depois das 11h e a fila já estava gigantesca", contou a doutoranda em Sociologia. "Mas mesmo que tivesse fila de manhã cedo, eu ficaria, porque faço questão de votar".

Instalado na avenida Franklin Roosevelt, a duas quadras da famosa avenida Champs-Elysées, o consulado brasileiro em Paris tem 3.954 pessoas aptas a votar - número 85% maior do que na eleição anterior, em 2006, quando 2.145 estavam registradas. Os eleitores são divididos em 11 seções eleitorais.

No primeiro turno, que correu sem problemas, os brasileiros de Paris tinham demonstrado preferência pela petista Dilma Rousseff. De acordo com a apuração parisiense em 3 de outubro, 964 pessoas (46%) votaram na petista, 618 (29,6%) escolheram o tucano, 462 (22,1%) optaram pela verde Marina Silva, 66 (1,6%) votaram em branco ou nulo e 41 (1,96%) em outros candidatos para ocupar a vaga deixada por Luiz Inácio Lula da Silva. O número total de votantes foi de 2.150, ou seja, o índice de abstenção foi alto, de 45,7%.

Para votar na França, é necessário transferir previamente o título de eleitor da seção original, no Brasil, para a seção parisiense. O prazo para este procedimento foi encerrado em maio. O eleitor recebe um novo título e, como no Brasil, precisa apresentar também um documento com foto para poder aceder às urnas.

Em Paris, a eleição acontece das 8h (3h em Brasília) até às 17h (12h em Brasília). O processo só é finalizado depois que todos os eleitores que estiverem na fila até pontualmente às 17h tiverem votado. Ao final do procedimento, as urnas eletrônicas emitem os seus resultados e os votos da seção com votação manual são contados por mesários.

Os votos em papel são devolvidos à urna, que, lacrada, é enviada ao Brasil, onde as cédulas são recontadas para confirmação da apuração. Os resultados finais serão exibidos em frente ao consulado ao final da contagem, que deve acontecer antes mesmo do final da eleição no Brasil, devido à diferença de três horas de fuso-horário.

Fonte: Especial para Terra
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