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 Serra rejeita título de candidato oposicionista ao governo
22 de julho de 2010 17h59 atualizado às 19h25

José Serra, candidato do PSDB à presidência, durante entrevista à  TV Brasil. Foto: Ana Paula Oliveira/Divulgação

José Serra, candidato do PSDB à presidência, durante entrevista à TV Brasil
Foto: Ana Paula Oliveira/Divulgação

Laryssa Borges
Direto de Brasília

O candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, rejeitou nesta quarta-feira (21), em entrevista à TV Brasil, o título de candidato oposicionista ao governo Lula e, ao comentar as alianças políticas que tem consolidado, incluindo candidatos com ficha suja, disse que sua principal adversária, a petista Dilma Rousseff, tem mais "más companhias" do que ele. A sabatina do tucano, gravada nesta quarta, foi exibida em sessão privada a jornalistas nesta quinta (22).

"Não sou candidato da oposição. Sou do 'pode mais' e 'dá pra fazer'", declarou.

"Todo mundo que vem comigo (em aliança) sabe como me comporto. É um pouco difícil a gente estar comparando quem tem quem. Em um torneio a candidata do governo (ganha) disparado em matéria de más companhias", disse o ex-governador ao ser questionado sobre o apoio dado a ele pelo candidato do PSC ao governo do Distrito Federal, Joaquim Roriz, alvo de pedidos de impugnação por pendências judiciais e sob o risco de ser impedido de disputar o Palácio do Buriti por poder ser incluído nas restrições da lei da Ficha Limpa.

"Só tenho uma adversária poderosa na campanha, que é a minha garganta. É a única barreira, uma barreira transponível", afirmou o tucano, que voltou a criticar o suposto aparelhamento de instituições do Estado e determinadas posturas da política externa lulista, como a aproximação com o governo de Mahmoud Ahmadinejad, no Irã.

O tucano afirmou que, se eleito, a mais importante atitude que faria e que em sua avaliação os petistas não fizeram seria combater o loteamento da máquina pública. "Não faria o loteamento. Não ficaria entregando o Estado a aparelhos", disse, citando o caso da quebra de sigilo fiscal do vice-presidente de honra do PSDB, Eduardo Jorge, e uma suposta atuação política da Receita Federal no episódio.

"A Receita cometeu crime contra a Constituição, quebrar sigilo. Isso é partidarismo. Quebrou para usar na campanha eleitoral. Isso depende de como o governo se comporta, depende da gula dos partidos. O PT tem uma gula infinita para controlar tudo. (...) Se eu achasse que não é possível moralizar o Brasil, pelo menos não avançar, eu não estaria sendo candidato. Essa visão de que é um mal necessário é ser cúmplice", defendeu.

O candidato rejeitou ainda a tese de que o Executivo tenha de ser "refém" do Congresso para formar uma base aliada e defendeu uma reforma política desenvolvida em partes, começando por áreas, por exemplo, como a instituição do voto distrital puro e com o objetivo, entre outros, de baratear os custos de campanha. Ele evitou assuntos polêmicos, eximindo o Estado de participação em uma eventual mudança de postura em relação à união homoafetiva ou uma alteração na atual lei sobre aborto.

Na sabatina da TV Brasil, José Serra disse que é possível conduzir negociações simultâneas tanto da reforma política quanto da tributária, criticou a suposta dissonância entre os ministérios da Fazenda, Planejamento e do Banco Central no governo Lula e disse defender o tripé responsabilidade fiscal, controle da inflação e câmbio flutuante.

"A carga tributaria no Brasil é mesmo altíssima. Se a gente pegar os países em desenvolvimento. O Brasil tem (...) a maior taxa de juro real do mundo. Se fossem a cada quatro anos teríamos ganhado medalha de ouro olímpica", opinou.

Drogas
Questionado sobre o papel do serviço público de saúde em relação às drogas, Serra afirmou que o Sistema Único de Saúde (SUS) "pode atender" dependentes químicos e observou ainda ser possível criar clínicas específicas, em parceria com entidades filantrópicas, para dar suporte e tratamento aos usuários de entorpecentes.

"O problema da droga agravou muito na ultima década. Essas clinicas dá pra fazer. Custa caro, custa, mas dá pra fazer. O custo-base, sem luxo sem nada, é R$ 3 mil. É SUS, só que com entidades filantrópicas", explicou.

Bolsa Família
Para José Serra, se eleito, a idéia é fortalecer o programa Bolsa Família, completando a proposta de assistência a carentes com atendimento à saúde e projetos de educação profissional. "Fortalecerei o Bolsa Família. Vou ligar mais a atendimento a saúde. Não estão coordenados", disse.

Redação Terra
  1. O candidato à presidência pelo PSDB José Serra concedeu uma entrevista à TV Brasil

    Foto: Ana Paula Oliveira/Divulgação

  2. Em entrevista, o candidato tucano rejeitou o título de "oposicionista ao governo"

    Foto: Ana Paula Oliveira/Divulgação

  3. "A candidata do governo ganha disparado em matéria de más companhias", afirmou José Serra

    Foto: Ana Paula Oliveira/Divulgação

  4. A sabatina foi gravada quarta-feira (21) e exibida aos jornalistas nesta quinta-feira (22)

    Foto: Ana Paula Oliveira/Divulgação

  5. A entrevista de José Serra à TV Brasil vai ao ar nesta quinta-feira (22), às 22h

    Foto: Ana Paula Oliveira/Divulgação

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