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Quantos tipos de dengue existem?

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Nos meses de verão, o Brasil registra o maior número de casos de dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Somente no Estado do Rio de Janeiro foram contabilizados pelo menos 9.311 casos suspeitos e quatro mortos do início de 2011 até a última semana de fevereiro. No Amazonas, oito pessoas morreram no mesmo período. Para prevenir a doença, que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) atinge cerca de 50 milhões de pessoas anualmente no mundo, é preciso conhecer mais sobre as formas de contágio. Você sabe, por exemplo, quantos tipos de dengue existem?

Segundo o especialista em virologia da Universidade do Rio de Janeiro Maulori Curié Cabral, a doença é uma só. O que existe são quatro tipos de vírus (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), que causam os mesmos sintomas. Quando uma pessoa é contaminada por um tipo de vírus, fica imunizada apenas contra ele. Assim, a mesma pessoa pode contrair a doença quatro vezes.

O especialista explica que as pessoas apresentam formas diferentes de manifestar a doença. A maioria é picada pelo mosquito infectado pelo vírus, mas não apresenta sintomas. Os que manifestam a dengue conhecida como "clássica" apresentam febre alta, dores de cabeça, dor muscular e nas articulações e machas vermelhas na pele, entre outros sintomas. A dengue "hemorrágica" se caracteriza pela diminuição na produção de plaquetas, causando alterações na coagulação sanguínea. Surgem hemorragias provocadas pelo sangramento de pequenos vasos na pele e nos órgãos internos. Já a forma conhecida como "síndrome de choque" é a mais grave, causando grande queda na pressão arterial, problemas cardiorrespiratórios e alterações neurológicas.

Transmissão

Segundo a OMS, a doença trasmitida pelo mosquito Aedes aegypti atinge cerca de 50 milhões de pessoas anualmente no mundo
Segundo a OMS, a doença trasmitida pelo mosquito Aedes aegypti atinge cerca de 50 milhões de pessoas anualmente no mundo
Foto: AFP

De acordo com o Instituto Oswaldo Cruz, o ciclo de transmissão da dengue se inicia quando o mosquito Aedes aegypti pica uma pessoa infectada pela doença. O vírus transmissor multiplica-se no intestino do mosquito e infecta outros tecidos, chegando finalmente às glândulas salivares. Uma vez infectado, o mosquito é capaz de transmitir a doença enquanto viver, por meio da picada. Os primeiros sintomas na pessoa contaminada, como febre e dor de cabeça, surgem após um período de incubação, que pode variar de dois a 10 dias.

Prevenção

De acordo com o instituto, os grandes reservatórios, como caixas d'água, galões e tonéis, são os criadouros que mais produzem o Aedes aegypti e, portanto, devem ser evitados. A população também deve prestar a atenção a pequenos reservatórios, como vasos de plantas, calhas entupidas, garrafas, lixo a céu aberto, bandejas de ar-condicionado, poços de elevador, entre outros locais onde fica armazenada água parada.

A infestação do mosquito é sempre mais intensa no verão, em função da elevação da temperatura e das chuvas - fatores que propiciam a eclosão de ovos do mosquito. Para evitar esta situação, é preciso adotar medidas permanentes a partir de ações preventivas de eliminação de focos do vetor. Como o mosquito tem hábitos domésticos, essa ação depende sobretudo do empenho da população.

Segundo Cabral, a dengue é uma doença que pode ser evitada com educação. "Se todos se conscientizassem de que para viver em comunidade urbana é preciso que cada um faça a sua parte, zelando pelo bem estar do outro, nós não teríamos dengue. É uma questão puramente educacional", afirma o especialista.

Fonte: Terra
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