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Vice-presidente do Senado faz prova do Enade em GO

9 nov 2009 - 21h07
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Márcio Leijoto
Direto de Goiânia

O vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO), 46 anos, foi um dos universitários que prestaram a prova do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) na tarde de domingo em Goiânia. Perillo está no último ano do curso de Direito das Faculdades Alves Faria (Alfa). A prova do Enade é requisito obrigatório para a obtenção do diploma.

O senador afirmou que fez a prova do Enade por dois motivos: dever cívico e para servir de exemplo, por ser um senador. "Sou um defensor fervoroso de exames que avaliam a qualidade dos nossos cursos".

O curso de Direito da Alfa foi avaliado pelo Enade em 2006 e tirou nota 2, de uma escala de 1 a 5. Perillo diz torcer para que desta vez a avaliação seja melhor. "A minha parte eu fiz, espero que os outros também tenham feito. Essa nota baixa foi porque o curso estava no seu início. Eu gostei dos meus professores e das aulas".

O senador elogia o Enade, apesar de criticar a eficiência da proposta do exame, que seria aprimorar a qualidade do ensino superior. "É uma idéia muito boa para estimular as instituições de ensino superior a se esforçarem mais, investirem em qualidade, em estrutura. O Enade, apesar de não ter a eficiência desejada, mostra os cursos que são bons e ruins", disse.

Ele considerou como média a dificuldade de sua prova e diz que as questões puxaram mais para o viés de direitos sociais. "Acho que poderia exigir mais sobre Direito. As questões eram muito genéricas. Mesmo assim, acho que foi uma dificuldade razoável".

Perillo também critica o fato de o conteúdo das provas para os calouros e para os formandos serem semelhantes. "Acho que poderia ser exigido mais de quem está concluindo o curso. Assim poderíamos avaliar melhor a qualidade dos cursos", comentou.

O senador fez a prova em uma sala da Escola Estadual José de Assis, no Jardim América, em Goiânia, junto com outros estudantes do curso de Direito cujos nomes começam com a letra "m". Sua esposa, Valéria, que é colega de curso dele, também fez a prova.

"Eu e a Valéria estamos na faculdade em busca de conhecimentos e realizando um sonho de infância", escreveu em seu Twitter o senador, que já foi duas vezes governador de Goiás (1999-2006).

Perillo é autor de um projeto de lei no Senado que torna anual a avaliação dos cursos pelo Enade. Atualmente, os formandos e os calouros são obrigados a fazer o Enade de três em três anos. O projeto aguarda para ser votado na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado há mais de um ano. "Acho que se fosse anual, a eficiência seria melhor, a cobrança maior".

Privilégio
O ingresso de Perillo no curso de Direito da Alfa foi motivo de uma ação civil do Ministério Público Federal (MPF) em junho deste ano. Isso porque, sob a justificativa de atender necessidades especiais do senador, a faculdade criou uma turma especial com apenas dois alunos: ele e a esposa. Para o MPF, isso era um caso de concessão de tratamento privilegiado a agente político.

De acordo com a assessoria de imprensa do senador, o imbróglio foi resolvido em uma audiência na Justiça Federal na qual se resolveu abrir a turma para outros alunos interessados no turno diferenciado do senador. Ele tem aulas nos sábados, domingos e às segundas-feiras. Além de pagar, segundo sua assessoria, um valor mais elevado que a mensalidade.

Ainda segundo sua assessoria, ele conclui a parte teórica do curso neste ano, deixando para o início do ano que vem a conclusão da parte prática do curso.

Fonte: Especial para Terra
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