SP: após viajar 180 km, candidatos se atrasam e perdem prova da Unesp

Um estudante de Assis, no interior de São Paulo, perdeu o primeiro dia da segunda fase do vestibular da Universidade Estadual Paulista (Unesp), após chegar com 10 minutos de atraso ao local da prova, uma faculdade de Direito em Bauru, a 180 quilômetros de distância. Os portões foram fechados às 14h deste sábado.

Bruno Garcia, 18 anos, viajou para Bauru na companhia da amiga Patrícia Sacoman Hespanhol, 18, que é de Palmital, cidade vizinha a Assis. A dupla iria prestar a prova para o curso de Zootecnia. Ambos culparam a falta de sinalização da cidade pelo atraso.

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“Bauru não tem placas de sinalização. Aí fomos pedindo explicação para as pessoas na rua, que iam mandando a gente para vários lugares. Várias pessoas deram explicação errada”, relata Bruno. O exame está sendo aplicado na Instituição Toledo de Ensino (ITE). “A gente não conhece a cidade. Ficamos dando voltas. Entramos em lugares errados”, conta Patrícia que também teve que adiar os planos para cursar a universidade. 

Além deles, inúmeros outros candidatos também perderam a prova. Vitor Hugo Machado, 19 anos, confundiu o local da segunda fase e foi parar em outra faculdade, a cinco quilômetros de distância. “Estava tendo um concurso lá, vi muitas pessoas andando e achei que era por causa da prova. Quando descobri, faltavam cinco minutos para fechar o portão. Saí correndo, mas não deu tempo”, disse o estudante que concorre a uma vaga no curso de Engenharia.

De acordo com a coordenação do vestibular, que é aplicado pela Fundação Vunesp, 2.469 candidatos convocados para a segunda fase estavam inscritos para realizar os testes em Bauru. O primeiro dia do vestibular de meio de ano da Unesp 2013 transcorreu no município dentro da tranquilidade e normalidade esperada, segundo a Vunesp. O segundo dia de provas será aplicado neste domingo.

Moradora em Botucatu (SP), a empresária Patrícia Romeiro Lopes fez questão de levar o filho Rodrigo, 17 anos, para prestar a prova em Bauru, a 94 quilômetros. Enquanto aguardava ela não escondia a ansiedade pelo fim da avaliação. “Estou ansiosa porque a gente quer que ele passe. Eu e minha filha viemos para apoiá-lo e tranquilizá-lo”, disse.

Os candidatos que fizeram o exame para os cursos da área de Ciências Biológicas foram os primeiros a sair, pouco tempo depois que os portões da faculdade foram abertos. Muitos avaliaram a edição de meio de ano como “difícil” e se preocupavam com a redação, que será requisitada neste domingo.

Letícia Mulotto, 22 anos, busca uma vaga no curso de Zootecnia. “A prova estava bem difícil. As questões exigiam mais atenção, precisavam de maior interpretação”, disse ela comparando com a edição anterior do vestibular.

Já Lucas Peres, 19 anos, relata ter tido dificuldades em algumas questões. “Principalmente nas mais específicas como as de reação, em química”, explica.

Marcelo Luís Hernandes, 19 anos, faz o vestibular da Unesp pela terceira vez. Ele busca uma vaga no curso de Odontologia, para o qual as provas são aplicadas apenas no primeiro ano, mas resolveu testar seus conhecimentos nesta edição do vestibular. “Estava bem difícil. Vou ter que estudar mais”, brinca.

Neste sábado foram aplicadas 24 questões dissertativas de matérias das áreas de matemática, além de ciências humanas e da natureza. Já no domingo, a avaliação consistirá em uma redação e 12 questões dissertativas de linguagens e códigos. O tempo de realização do exame é de 4h30 para cada dia.