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Professores: Unicamp manteve tradição de prova de nível médio

11 nov 2012 - 19h24
(atualizado às 19h39)
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Um dos processos seletivos mais concorridos do país, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aplicou neste domingo a primeira fase do vestibular 2013. Hoje, os alunos fizeram as provas de redação e conhecimentos gerais. Na opinião de professores ouvidos pelo Terra, a instituição manteve a tradição de fazer uma prova de nível médio na primeira fase, mas que deve ter um grau de dificuldade muito maior na próxima etapa.

Alunos de medicina recepcionaram os vestibulandos com uma batucada no campus da Unip, em Campinas
Alunos de medicina recepcionaram os vestibulandos com uma batucada no campus da Unip, em Campinas
Foto: Rose Mary de Souza / Especial para Terra

A prova da primeira fase teve duas partes: Redação, em que o candidato é solicitado a produzir dois textos de gêneros diversos, de execução obrigatória, e a parte de conhecimentos gerais, com 48 questões de múltipla escolha baseadas nos conteúdos das diversas áreas do conhecimento desenvolvidas no ensino médio. A Comvest divulgará a lista dos aprovados no dia 21 de dezembro. A segunda fase será realizada entre 13 e 15 de janeiro. O processo seletivo ocorrerá em 20 cidades do País.Veja a análise dos professores do Sistema COC de Ensino sobre a prova:

Eduardo Dias, química

A prova foi relativamente simples, dando muito peso na parte de química geral. Como é padrão da Unicamp, eles dificultam bastante na segunda fase, com questões mais elaboradas, como reações orgânicas. Mas essa primeira fase tratou a química com os conceitos mais elementares. Basicamente, a prova da primeira fase foi bem simples, não trabalhosa e fundamentada em Química geral. Foram questões muito simples e de raciocínio lógico. Acredito que, na segunda fase, eles venham a tratar assuntos mais relevantes e conceitos científicos mais elaborados.

Johncy de Pádua, história

Foi uma prova de nível básico, não houve um aumento de dificuldade em relação ao ano passado e também não foi mais difícil do que o Enem deste ano. Não exigiu do aluno nenhum tipo de fato decorado - e isso é um ponto positivo. Por outro lado, a prova foi bem elaborada, com questões simples e claras. Não existiram alternativas que deixassem o aluno em dúvida. Na segunda fase, conhecendo o vestibular da Unicamp, eu espero que a prova seja bem mais difícil. A dica para os estudantes é que não se deixem enganar pela facilidade da primeira fase, intensifiquem seus estudos em pontos de história do Brasil, como o Brasil colônia, e de história contemporânea.

Gilson Bueno, geografia

Gostei muito da prova, ela foi bastante clara e não tivemos problemas com mapas, gravuras, figuras ou gráficos, o que facilitou a interpretação do aluno. No entanto, ela não prezou a profundidade dos temas, foi bastante superficial. A Unicamp está deixando o conhecimento horizontal na primeira fase e o vertical na segunda - esta etapa deve ser bem mais apertada em termos de cobrança de conteúdo. O que me agradou foi o fato do exame trazer temas bastante atuais.

Naylor Oliveira, física

A prova de física cobrou algumas coisas que já eram esperadas, como energias alternativas, gerador eólico, o carro elétrico. Utilizou bastante o contexto atual e não teve muitas dificuldades com cálculos. Não eram contas complicadas, a Unicamp forneceu algumas fórmulas que os alunos têm medo de se obrigar a decorar. Foi um exame bem equilibrado, exigiu uma parte teórica e um pouco de cálculo, sem muito aprofundamento. Eu creio que não aumente a dificuldade na segunda fase.

Renato Bortolatto Nunes, matemática

A prova teve duas questões mais difíceis, o restante estava bem tranquilo. Não estava tão complicada como os alunos reclamaram. A Fuvest promete ser muito mais difícil do que a Unicamp. Em relação ao Enem, a prova da Unicamp tem um nível um pouco mais alto. Tirando as duas questões que deram uma extrapolada, também não teve um nível muito mais alto. Para a segunda fase, a dica é que os candidatos estudem bastante principalmente os temas que não caíram na primeira fase - geralmente eles abordam questões complementares na segunda etapa.

Cristiane Matos Miura, língua portuguesa

Na parte de redação, a prova foi muito bem elaborada: ambos os textos exigiram um conhecimento do aluno no sentido de gênero textual - para quem ele está escrevendo e quem é que escreve. Não vi grandes dificuldades na prova. Se houve, foi em relação ao resumo e o formato do texto. O que pode ter confundido o candidato é imaginar que essa proposta tenha sido uma argumentação ou algo que ela viesse a opinar sobre ela. Em relação ao Enem, a prova estava bem mais tranquila. Tudo que o candidato precisava, estava disponível na proposta e no texto de apoio. Diferente do Enem, que já exigia um conhecimento extra muito maior, não só na questão linguística, mas de outras áreas.

Fernando Roma, biologia

As questões foram bem distribuídas pelas áreas da Biologia: zoologia, botânica, ecologia, genética, evolução e microorganismos. As questões cobraram conhecimentos bem básicos dos alunos. Nenhuma questão teve algum senão, alguma alternativa duvidosa ou colocações problemáticas. O aluno médio resolvia as questões com tranquilidade. A prova deste ano seguiu o mesmo modelo do ano passado, passando exatamente aquilo que o aluno teve no ensino médio. Haverá uma dificuldade maior na segunda fase, mas se seguir o mesmo princípio de 2011, o aluno conseguirá resolver.

Fonte: Terra
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