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MEC deve reduzir o número de chamadas no Sisu

6 mar 2010 - 15h53
(atualizado às 15h59)
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Amanda Cieglinski

O Ministério da Educação (MEC) estuda alterar o modelo do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para a próxima edição. As etapas seriam reduzidas a duas ou apenas uma. Hoje, elas são três. Aquelas vagas que não fossem preenchidas seriam ocupadas por estudantes inscritos em uma lista de espera.

Os 21.457 aprovados para uma instituição pública de ensino superior na terceira etapa do Sisu deverão matricular-se nas universidades em que foram selecionados a partir da próxima terça-feira. Nas duas primeiras etapas, boa parte daqueles que foram selecionados não fizeram suas matrículas, o que fez com que o percentual de vagas não preenchidas fosse de 43%. Com esse novo mecanismo, o ministério acredita que cerca de 98% da oferta será preenchida.

O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Alan Barbiero, acredita que essa possa ser uma boa solução para evitar atrasos nos calendários acadêmicos, já que muitas universidades ainda aguardam a conclusão do processo do Sisu para encerrar as matrículas.

Para o MEC, a razão para a sobra de vagas nas primeiras etapas está no comportamento dos alunos que teriam tratado o Sisu como "brincadeira". Mesmo sem interesse em estudar em um curso, esses alunos teriam feito suas inscrições e, depois, não confirmado a matrícula. Candidatos, por exemplo, que já tinham passado em vestibulares de outras instituições mas testavam suas chances no sistema. O efeito é inesperado já que esse sistema era utilizado no processo de distribuição de bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni) sem problemas semelhantes.

O ministério aposta que um dos efeitos do novo sistema será um aumento na mobilidade acadêmica. Percebeu-se que a migração por meio do Sisu é intrarregional (por exemplo um estudante de Minas Gerais que matriculou-se em um curso no Rio de Janeiro), mas a expectativa é que o percentual passe dos atuais 0,02% para 10%.

A distância também pode ser uma das explicações para a sobra de vagas nas primeiras etapas. O estudante se inscrevia para um curso em outro Estado, mas depois não confirmava a matrícula na instituição porque era longe de casa. É o caso de Ana Clara Fonseca, 18 anos, que mora em Brasília e se inscreveu para uma vaga na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul, pelo Sisu, mas nem chegou a conferir o resultado.

"Minha nota foi boa e era suficiente para passar em algumas universidades federais. Me inscrevi na UFPel, mas nem olhei se passei porque minha mãe não ia deixar eu morar fora mesmo", afirma.

Quando foi lançado no ano passado, o projeto de substituição do antigo vestibular pelo novo Enem, com um processo de seleção unificada, pretendia atrair cerca de 6 milhões de alunos. Pouco mais de 4 milhões se inscreveram e, depois do vazamento do exame, apenas 2,6 milhões fizeram a prova. Mesmo com os problemas, Barbiero afirma que o clima entre os reitores que aderiram ao novo modelo é de "colaboração" e avaliou que todo novo sistema está sujeito a imperfeições. Segundo ele, caberá às próprias universidades decidirem se permanecem ou não participando do sistema.

Agência Brasil Agência Brasil
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