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Clássicos dividem espaço com autores contemporâneos em vestibulares

O conjunto das obras, em geral, cobre os três gêneros - prosa, poesia e drama -, dos séculos 18, 19 e 20, mas também inclui clássicos mais antigos

25 abr 2013 - 11h25
(atualizado às 11h26)
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As obras de Machado de Assis estão entre as mais cobradas nos vestibulares
As obras de Machado de Assis estão entre as mais cobradas nos vestibulares
Foto: Wikimedia Commons / Reprodução

Do refundador do teatro português Almeida Garret ao contista Caio Fernando Abreu, passando por Machado de Assis até Nelson Rodrigues. O listão de autores que indica as leituras obrigatórias dos vestibulares para as universidades brasileiras dá ênfase a obras consagradas da literatura portuguesa e brasileira, mas já começa a dividir espaço com autores contemporâneos e de menor circulação. 

O conjunto das obras, em geral, cobre os três gêneros - prosa, poesia e drama -, dos séculos 18, 19 e 20, mas também inclui clássicos mais antigos, como Camões e Gregório de Matos. Machado de Assis é presença obrigatória, na condição de clássico irremediável, e a literatura de Portugal deve ser contemplada em pelo menos um livro.

No maior vestibular do Brasil, realizado pela Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), que seleciona os novos alunos da Universidade de São Paulo (USP), a lista unificada de obras literárias que serão abordadas nos vestibulares até 2015 tem nove títulos: Viagens na minha terra, de Almeida Garrett; Til, de José de Alencar; Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida; Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis; O cortiço, de Aluísio Azevedo; A cidade e as serras, de Eça de Queirós; Vidas secas, de Graciliano Ramos; Capitães da areia, de Jorge Amado e Sentimento do mundo, do poeta Carlos Drummond de Andrade. A mesma relação é adotada no vestibular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Embora mudem alguns títulos, os autores clássicos permanecem solicitados nos vestibulares. Almeida Garret, iniciador do Romantismo, que não figurava na lista desde 1993 voltou este ano. Nos vestibulares de São Paulo, Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós estão presentes desde 1987 na relação de literatura portuguesa. O dramaturgo português, além de poeta de renome, Gil Vicente aparece na lista desde 2001. Na literatura brasileira, Machado de Assis, assim como Graciliano Ramos, é obrigatório. José de Alencar, Mario de Andrade e Guimarães Rosa são outras figuras carimbadas. Já Nelson Rodrigues frequentemente participa das listas.

A escolha das obras que vão integrar essa relação é feita por professores que formam as comissões permanentes dos vestibulares. No caso da Unicamp é feita em conjunto com a USP, por meio da Fuvest. "As obras não mudam muito, cada relação sempre vale por três anos. O período é determinado para contemplar a duração do ensino médio e dar tempo aos alunos para se prepararem e lerem todas as obras. Após esse intervalo, muda alguma coisa, mas não todas as obras", informa Juliana Sangion, da assessoria da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest).

No sul do País, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) adota outra estratégia. Segundo a professora Maria Adelia Pinhal de Carlos, presidente da Comissão Permanente de Seleção (Coperse), das 12 obras obrigatórias, a cada ano são substituídas as quatro mais antigas. Entre as novidades deste ano estão Terras do Sem Fim, de Jorge Amado; Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues; As Parceiras, de Lya Luft, e 12 contos de Murilo Rubião. A universidade gaúcha frequentemente inclui autores contemporâneos e regionais na lista. A escritora Lya Luft e o contista Caio Fernando Abreu são exemplos que figuraram recentemente nas exigências para a prova de literatura.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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