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Unicamp: desempenho de alunos com bônus é igual ao dos demais

Com notas inferiores no vestibular, os estudantes de escola pública conseguem melhorar seu desempenho ao longo do curso

9 mai 2013 - 11h53
(atualizado às 11h53)
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Estudo divulgado nesta quinta-feira pela Universidade de Campinas (Unicamp) aponta que estudantes oriundos de escolas públicas bonificados pelo Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (Paais) apresentam ganho de desempenho em relação aos demais, quando se compara duas medidas: a nota no vestibular e a nota ao final na graduação. 

Com notas inferiores no vestibular, os estudantes de escola pública conseguem melhorar seu desempenho ao igualar as notas obtidas ao longo do curso na Unicamp com as dos demais estudantes. O levantamento acompanhou a vida acadêmica dos ingressantes na Unicamp nos anos de 2005 a 2008, comparando o desempenho de todas as turmas após quatro anos na instituição.

A Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest) analisou a totalidade de ingressantes pelo vestibular. Em todos os anos analisados, constatou-se que a nota dos estudantes da rede pública no vestibular foi sistematicamente mais baixa que a dos demais candidatos. Após quatro anos na Unicamp, deixou de haver diferença estatisticamente significativa entre as notas médias dos dois grupos de estudantes - de escolas públicas e demais. 

Em medicina, curso mais disputado da Unicamp, quem utilizou o bônus do programa alcançou uma média de 644 pontos no vestibular contra 667 pontos de quem não recebeu o bônus, uma diferença considerada elevada pela Comvest. No entanto, ao final do curso o coeficiente de rendimento dos alunos do Paais foi de 7,8 e dos demais, 7,7.

Segundo a Unicamp, os resultados demonstram que o Paais é capaz de realizar inclusão social associada ao mérito acadêmico. Implementado a partir do vestibular 2005, o programa bonifica os candidatos da rede pública na nota final e prevê que estudantes que tenham cursado todo o ensino médio na rede pública brasileira recebam 30 pontos a mais na nota final da segunda fase. Candidatos autodeclarados pretos, pardos e indígenas que tenham cursado o ensino médio em escolas públicas também têm, além dos 30 pontos adicionais, mais dez pontos acrescidos à nota final.

Cotas

Embora conte com um programa de bonificação, a Unicamp não adota uma política de reserva de vagas para estudantes de escolas públicas, negros e indígenas. Uma proposta para a criação de cotas foi apresentada no final do ano passado pelo governo estadual em parceria com os reitores das três universidades estaduais de São Paulo, mas apenas a Unesp confirmou até agora adesão ao programa.

Fonte: Terra
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