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Tentativa de acordo entre USP e alunos fracassa; ocupação é mantida

Sem acordo, a Justiça terá 48 horas para decidir se aceita o pedido de reitegração de posse do prédio da reitoria feito pela USP

8 out 2013 - 17h44
(atualizado às 18h38)
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Os estudantes afirmam que a reitoria não quer negociar e dizem que vão manter a ocupação
Foto: Vagner Magalhães / Terra

Representantes da Universidade de São Paulo (USP) e alunos que ocupam a reitoria da instituição há uma semana não chegaram a um acordo na reunião de conciliação marcada pela Justiça paulista na tarde desta terça-feira. Agora, o juiz Adriano Laroca, que propôs a reunião, terá 48 horas para tomar uma decisão sobre o pedido feito pela instituição de reitegração de posse do prédio.

Participaram do encontro, na 12ª Vara da Fazenda Pública, advogados da USP representando a reitoria, a Associação dos Docentes (Adusp), o Sindicato dos Trabalhadores da universidade (Sintusp) e integrantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE). A reunião, que durou cerca de duas horas, foi fechada para a imprensa. Na saída, os representantes da USP se recusaram a falar sobre a tentativa de acordo.

"Lamentamos que tenha faltado diálogo. A universidade pediu a reintegração sem negociar essa posição com o movimento estudantil. Não sairemos enquanto não houver um processo de diálogo", disse Magno de Carvalho, diretor do Sintusp. Segundo ele, o juiz tentou de todas as formas fazer a conciliação, mas a reitoria permanecia irredutível.

Pedro Serrano, estudante de ciências sociais e membro do DCE, criticou a falta de interesse da reitoria em estreitar o diálogo e disse que os alunos não vão desistir da mobilização. "Em junho muita gente acreditou que não era possível baixar o preço da tarifa de ônibus, e nós conseguimos. Na USP vamos agir da mesma maneira".

Ariele Tavares, também representante do DCE, lembrou de outras ações com uso da força na universidade. "Nesse momento, cerca de 30 cursos estão em greve e se a USP fizer como em 2011, de nos retirar a força, isso só vai fortalecer o movimento".

Para amanhã, os estudantes da USP planejam um ato no vão livre do Museu de Arte (Masp), a partir das 16h, para cobrar democracia na universidade – com eleições diretas para reitor – e a retirada da Polícia Militar do campus.

O que os alunos querem

A ocupação da reitoria foi feita na última semana como forma de protesto pelo modelo de escolha do reitor da universidade. Um dos pontos mais criticados é a lista tríplice, sistema pelo qual os nomes dos três candidatos mais votados são enviados ao governador do Estado, que decide quem será o reitor. Por esse modelo, João Grandino Rodas - o segundo na lista de 2008 - foi escolhido como o atual reitor.

Os alunos também cobram paridade entre eleitores na escolha do reitor. Atualmente, o pleito ocorre por meio de colégios eleitorais - representados majoritariamente por professores titulares.

Eles ainda criticam a presença da Polícia Militar dentro do campus da universidade e exigem que a segurança dos alunos seja feita por guardas contratados pela própria instituição.

Fonte: Terra
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