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SP: reprovação não garante a qualidade do ensino, diz sindicato

Professores criticaram o anúncio feito hoje pelo governador Gerlado Alckmin de ampliar o número de séries com reprovação nas escolas

8 nov 2013 - 17h59
(atualizado às 18h02)
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O sindicato dos professores de São Paulo (Apeoesp) criticou o anúncio feito nesta sexta-feira pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de mudanças no ensino fundamental, com a ampliação dos ciclos que permitem a reprovação dos alunos. A partir de 2014, o aluno poderá ser reprovado no terceiro, sexto e nono anos – agora isso só acontece no quinto e nono anos. Para o sindicato, a reprovação dos estudantes não vai garantir a qualidade do ensino nas escolas estaduais.

"Não será com medidas como a anunciada pelo Governo Estadual que resolveremos o problema da qualidade do ensino e da aprendizagem dos estudantes. É preciso, em primeiro lugar, que seja aplicada no sistema de ensino a correta concepção de ciclos como períodos de escolarização organizados de acordo com a idade e capacidade cognitiva dos estudantes", diz o sindicato em nota.

A categoria também afirma que as mudanças só serão sentidas quando os professores tiverem boas condições de trabalho. "É preciso reduzir o número de estudantes por professor aos níveis recomendados internacionalmente, aplicar a jornada do piso (no mínimo 33% para preparação de aulas, correção de provas e trabalhos, pesquisas etc); salários dignos, condizentes com a formação; e a fixação dos professores nas escolas, por meio de um sistema de dedicação plena e exclusiva, com incentivo salarial", afirma o sindicato.

Ciclos

A mudança anunciada pelo governador nesta sexta-feira estabelece a ampliação de dois para três ciclos no ensino fundamental, o que significa a possibilidade de reprovação dos alunos no terceiro, sexto e nono anos - hoje acontece apenas no quinto e nono anos.  A medida é semelhante à anunciada recentemente pelo prefeito Fernando Haddad para as escolas da rede municipal – com aumento de dois para cinco o número de séries com possibilidade de reprovação dos estudantes.

De acordo com a Secretaria da Educação, a mudança foi definida após consultas a educadores e escolas iniciadas em 2011. "Trata-se de um projeto construído em conjunto com nossos educadores, a partir da percepção daqueles que conduzem as ações e a rotina escolar na ponta, dentro da sala de aula. Ouvir a rede era o principal pré-requisito para a elaboração e implantação de uma nova proposta", afirmou o secretário Herman Voorwald.

Fonte: Terra
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