A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo confirmou nesta quarta-feira que representantes do Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp) serão recebidos na manhã de quinta-feira para uma reunião com o secretário Herman Voorwald. Um pedido de audiência havia sido protocolado pela direção do sindicato na segunda-feira. Os docentes decidiram entrar em greve em assembleia realizada na última sexta-feira, na avenida Paulista.
De acordo com a assessoria da secretaria, o governo não preparou nenhuma proposta para apresentar aos educadores para por fim à greve e que a reunião é apenas uma forma de conversar com a categoria, que solicitou a audiência.
Segundo o sindicato, a adesão ao movimento ganhou força e atingiu uma média de 30,5% dos professores paralisados, sendo 30,2% nas escolas da capital, 27,4% na Grande São Paulo e 33,9% no interior. No entanto, a secretaria afirma que o calendário nas escolas permanece inalterado e que os dados desta manhã apontam que o registro de faltas de professores teve oscilação de apenas 1,8% em relação à média diária de ausências.
Entre as reivindicações da categoria estão a reposição de perdas salariais acumuladas desde fevereiro de 1998, que somariam 36,74%, reajuste imediato de 13,5%, implantação da jornada do piso nacional, com um terço da carga horária voltada para preparação de aulas e formação, além de mudanças na forma de contratação de docentes temporários.
Em nota, a secretaria disse que a valorização dos professores é uma prioridade para o governo estadual. "Na última semana, foi encaminhado à Assembleia Legislativa um projeto de lei complementar para conceder novo aumento de 8,1% aos profissionais da Educação. Com o acréscimo proposto, o aumento escalonado até 2014 cresce de 42,2% para 45,1%. Desse modo, os professores da rede estadual paulista, que já ganham 33,3% mais que o piso nacional vigente, passarão a ter, a partir de julho, uma remuneração 44,1% maior".
Segundo a secretaria, o registro de faltas "teve oscilação de apenas 2,3% do total de docentes em relação à média diária de ausências de aproximadamente 5%". Além disso, o órgão afirma que o calendário escolar permanece inalterado, assim como o andamento das aulas, e os pais devem levar seus filhos à escola normalmente.
Os professores da rede estadual de São Paulo protestavam no vão livre do Masp, na avenida Paulista, por melhores salários
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Alguns educadores pintaram narizes de palhaço no rosto para protestar contra o governo estadual
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Os educadores cobram reajuste salarial e o cumprimento da jornada extraclasse prevista no piso dos professores
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Segundo o sindicato da categoria, as aulas foram paralisadas nesta sexta-feira em boa parte das escolas da rede estadual
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Alunos das escolas estaduais também se somaram aos professores no protesto
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Segundo a Polícia Militar, 3 mil pessoas participavam da mobilização
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Apitos foram distribuídos aos manifestantes para fazer barulho no vão do Masp
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O protesto acontece poucos dias após o governador anunciar reajuste dos salários
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Educação de qualidade, professores bem remunerados e com tempo para preparar aulas e corrigir provas - como determina a Lei do Piso - pautaram o protesto de professores estaduais de São Paulo na tarde desta sexta-feira, 19 de abril
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A Polícia Militar foi acionada e tentava impedir que os manifestantes ocupassem a avenida Paulista
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Jovens pintaram os rostos com as cores da bandeira do Brasil para protestar por mais investimento em educação
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Eles criticam a política de reajuste do governo do Estado aos professores, que levaria em conta bonificações já garantidas pela categoria
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Narizes de palhaço fizeram parte dos adereços usados por professores e alunos
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Os docentes também criticam a violência nas escolas, que, segundo eles, se tornou 'moda'
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Forte presença militar marcava a mobilização
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O protesto serviu ainda para criticar o deputado Marco Feliciano, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara
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Os professores tomaram conta da rua junto ao vão móvel do Masp
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Os professores, que paralisaram as aulas nas escolas hoje, querem ainda um novo regime de contratação para as vagas temporárias
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Os manifestantes chegaram a interditar toda a avenida Paulista, mas por volta das 17h a concentração era feita apenas no sentido Consolação
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Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o trânsito na região da Paulista era lento, com mais de 2,2 km de congestionamento no sentido Consolação
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Algumas pessoas usaram a criatividade para protestar por melhores salários e usaram fantasias
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Um boneco do personsagem Pinóquio representava o governador durante a marcha
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Um senhor montou uma 'árvore da miséria' com os contracheques recebidos