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SP: engenheiros criam plataforma que corrige provas para professores

A plataforma ajuda a otimizar o trabalho ao corrigir automaticamente provas objetivas e facilitar a correção de avaliações discursivas

3 abr 2013 - 18h56
(atualizado às 18h59)
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A ferramenta deve auxiliar os professores na tarefa de correção das atividades dos alunos
A ferramenta deve auxiliar os professores na tarefa de correção das atividades dos alunos
Foto: Getty Images

Não basta planejar aulas ou fazer relatórios. É preciso - a cada fim de bimestre ou semestre - corrigir as dezenas de provas dos alunos. Quantos professores já não sonharam, como em um passe de mágica, terem suas avaliações corrigidas? Essa é a solução que a startup Pod (Plataforma Otimizadora de Correção de Provas) entrega aos educadores. Criada há um ano por jovens engenheiros da Poli/USP, ela já vem sendo usada como projeto piloto em quatro instituições - de ensino médio e superior - em São Paulo. 

A plataforma ajuda a otimizar o trabalho dos docentes ao corrigir automaticamente provas objetivas e facilitar a correção de avaliações discursivas, além de criar relatórios e gráficos que podem contribuir para estratégias pedagógicas das instituições. Ainda em fase embrionária, a ideia é que, em um futuro breve, a startup consiga realizar procedimentos de avaliação mais complexos, como corrigir uma prova de filosofia por meio de sistemas de inteligência artificial, que permitirá, além de ler o contexto de um texto digitalizado, ser capaz, inclusive, de avaliá-los virtualmente. 

"A maioria das provas não é feita para os alunos, mas para os professores, que criam testes de múltipla escolha por conta da falta de tempo para corrigi-los. Muitos deles adorariam fazer avaliações dissertativas, para identificar realmente o aprendizado do aluno", afirma o engenheiro Miguel Chaves, cofundador da Pod, que é também uma das oito selecionadas dentre mais de 70 inscritos para apresentar seus negócios durante a sessão Debate entre Empreendedores, Investidores e Especialistas no Transformar 2013.

O evento, realizado pelo Inspirare e Porvir, em parceria com a Fundação Lemann, acontece no dia 4 de abril em São Paulo, e pretende oferecer novas referências e apoiar a sociedade brasileira a continuar avançando no esforço de trazer a educação do País para o século 21.

Como funciona a ferramenta

Na prática, assim que os professores aplicam suas provas, um representante da startup é avisado. Ao chegar na instituição, por meio de um escâner, ele digitaliza as provas - cerca de 30 a 40 folhas por minuto - , abrigando-as, em seguida, na plataforma. Lá, as avaliações objetivas são corrigidas automaticamente - em até 24 horas -, enquanto as discursivas ficam à disposição dos docentes, que podem corrigi-las a partir de qualquer dispositivo conectado à internet.

Além disso, quando as provas são multidisciplinares, os professores de cada disciplina ou de uma questão específica são comunicados, podendo corrigi-las simultaneamente. "Essa solução contribui principalmente para automatizar trabalhos repetitivos, ajudando os professores a reverter o tempo que é gasto corrigindo provas em outras atividades, como no acompanhamento mais próximo de seus alunos", afirma. Atualmente, o serviço, que é pago, vem sendo realizado por meio de contratos semestrais com as instituições.

Outro diferencial da plataforma é a geração de relatórios, que podem, inclusive, ser enviados diretamente à escola ou aos pais dos alunos. A partir dos resultados das provas, por exemplo, é possível comparar a evolução de cada aluno ou das turmas nos diferentes bimestres do ano letivo. Em outro caso, as escolas podem também equiparar as notas dos estudantes com a média do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

"Daqui a três anos será possível implementar a inteligência artificial, permitindo que as provas digitalizadas possam ser lidas e, inclusive, avaliadas pela próprio sistema virtual", afirma Miguel Chaves.

De acordo com ele, a ideia é que a startup se torne uma empresa especializada em qualquer tipo de teste, além de contribuir para a massificação dessas ferramentas de avaliação - como acontece em grandes vestibulares, como Enem e Fuvest. "A Pod pretende acompanhar a evolução dos processos. No futuro, nosso sonho é corrigir automaticamente provas subjetivas, como uma redação de filosofia, por exemplo", diz ele, que desenvolve a startup ao lado dos amigos engenheiros Erik Miguel de Elias, Fábio Gusukuma e Diogo Dutra. 

Porvir Porvir
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