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SP: alunos são parte da solução para falta d'água em escolas

Além de evitar o desperdício de água, instituições conscientizam estudantes e até ensinam a construir cisterna

2 mar 2015 - 09h08
(atualizado às 09h09)
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<p>Alunos do Colégio Santa Maria participam da construção de uma cisterna para armazenar água da chuva</p>
Alunos do Colégio Santa Maria participam da construção de uma cisterna para armazenar água da chuva
Foto: Cartola - Agência de Conteúdo

Os paulistanos estão enfrentando o maior período de falta d'água dos últimos 80 anos. Em julho de 2014, o volume útil do conjunto de reservatórios do Sistema Cantareira esgotou. Desde então, a população se vê obrigada a economizar água e busca formas de lidar com a seca das torneiras. As mudanças de hábito afetam toda a população e chegam, também, às escolas - ainda mais após o decreto expedido pelo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que obriga os órgãos municipais a reduzirem o consumo de água em 20%.

Mesmo sem sofrer diretamente com a falta de água, o diretor da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Leão Machado, Marcos Antônio Gonçalves Gabriel, explica que a instituição já verificou e corrigiu possíveis vazamentos, orientou os funcionários a não desperdiçarem água, principalmente durante a limpeza da escola, e também vem realizando um trabalho de conscientização com os alunos.

No Colégio Santa Maria, a onda sustentável começou antes mesmo da crise hídrica. Em um projeto idealizado pela professora de ciências do oitavo ano, Denise Garcia Carneiro, alunos de 13 anos confeccionam uma minicisterna durante o ano. O reservatório tem capacidade para armazenar 200 litros de água da chuva e é feito com matéria-prima de baixo custo ou mesmo reaproveitada, como canos de PVC e tonéis de plástico.

Denise explica que o envolvimento dos alunos é total, inclusive na iniciativa de levantar fundos para a realização do projeto. “A cisterna que produzimos custa cerca de R$ 300, e os alunos arrecadam o dinheiro vendendo doces na festa junina da escola”, conta. A primeira minicisterna foi feita em 2013, e é responsável por armazenar a água que rega o viveiro da instituição. Já a turma de 2014 doou a que produziu para um centro de apoio a crianças e adolescentes de uma comunidade carente que o Colégio Santa Maria assiste. Na ocasião, os alunos foram até lá, instalaram e explicaram como era o funcionamento do reservatório.

Em 2015, a escola planeja realizar oficinas e passar o conhecimento aos alunos da Educação para Jovens e Adultos (EJA) do Santa Maria, que frequentam o período noturno, para que eles possam aplicar o projeto nos bairros em que vivem. Denise também pretende trabalhar com os alunos do oitavo ano como tratar a água recolhida, para que ela possa ser usada para lavar louça ou roupa. “Eu noto a mudança do pensamento deles depois do projeto. A relação deles com o consumo mudou muito. Além da parte prática, nós trabalhamos com eles o que dá para fazer com esses 200 litros de água e o porquê da crise, que tem relação também com a falta de planejamento”, diz Denise.

A professora afirma que sempre alertou os alunos para o uso consciente da água, mas que com a crise é notável a melhora no entendimento deles. Inclusive, alguns alunos levaram a ideia da cisterna para casa e desenvolveram o projeto em seus lares. Segundo Denise, o colégio também está construindo uma cisterna com capacidade para 8 mil litros de água e diminuindo a vazão de água nas torneiras e descargas.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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