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Sindicato: um terço dos professores de SP aderiu à paralisação

14 mar 2012 - 15h17
(atualizado às 18h14)
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Os professores de escolas públicas estaduais de São Paulo iniciaram nesta quarta-feira uma paralisação para reivindicar a destinação de um terço da jornada de trabalho a atividades extraclasse, regra prevista na lei que criou o piso salarial da categoria. A paralisação, de caráter nacional e prevista para durar três dias, foi convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), no turno da manhã, cerca de um terço dos professores da rede pública paulista aderiu ao movimento.

"A previsão é que esse número aumente nos próximos dias. Estamos fazendo ações de panfletagem e usando carros de som nas escolas", disse Maria Izabel Noronha, presidente da Apeoesp. Na sexta-feira, os professores paulistas farão uma assembleia para avaliar o movimento. A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo informou no fim da manhã que não tinha estimativas sobre o número de professores parados.

A Lei Nacional do Piso Salarial do Magistério Público foi criada em 2008 e determina um valor mínimo que deve ser pago a professores com formação de nível médio e jornada de 40 horas semanais, sendo um terço desse tempo destinado às atividades extraclasse. Segundo a Apeoesp, a secretaria estadual cumpre a remuneração mínima de R$ 1.451,00, estipulado para 2012, porém, no que se refere à jornada de trabalho, o entendimento que o governo faz da legislação diverge da interpretação do sindicato. A entidade defende que o tempo de sete aulas seja dedicado a atividades como correção de provas e preparação das aulas. No planejamento atual, esse período é de apenas uma aula.

O conflito de interpretações ocorre porque, segundo a secretaria, cada aula deveria ter 60 minutos, mas, desde janeiro, tem apenas 50 minutos. O governo alega que os dez minutos restante servem para que os docentes promovam as atividades extraclasse. Entretanto, para a Apeoesp, esse período é destinado à mudança de salas de aula e atendimento a alunos.

Na nota, a Secretaria da Educação garante que "cumpre integralmente a Lei Nacional do Piso Salarial" e que os professores da rede estadual de ensino têm assegurada uma jornada em sala de aula correspondente a dois terços da carga horária total, que é o máximo permitido pela lei.

Em protesto, cerca de 500 manifestantes se reuniram por volta das 13h50, em frente à Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, no centro da cidade. Com faixas e cartazes, o grupo ganhou apoio do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal (Simpeem). O objetivo do protesto era exigir do governo o atendimento das reivindicações.

Paralisação nacional

Em todo o País, os professores organizam um movimento de alerta e devem paralisar as atividades por três dias - desta quarta até sexta-feira - para cobrar de governos estaduais e prefeituras o pagamento do piso nacional do magistério, o cumprimento da jornada extraclasse, o investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação, entre outras demandas. A secretária-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marta Vanelli, acredita que a paralisação possa resultar em greves, conforme as assembleias das categorias nos Estados.

Agência Brasil

Colaborou com esta notícia a internauta Erika Regina Leite, de São Paulo (SP), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Professores de São Paulo se reuniram no centro da cidade para protestar por piso salarial
Professores de São Paulo se reuniram no centro da cidade para protestar por piso salarial
Foto: Erika Regina Leite / vc repórter
vc repórter
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