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RS: Tarso confirma falta de segurança em escolas e culpa antecessores

Pesquisa divulgada hoje pelo sindicato dos professores aponta que mais da metade das escolas não tem ou desconhece plano de prevenção de incêndios

5 mar 2013 - 16h15
(atualizado às 16h57)
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O governador Tarso Genro fez a entrega simbólica de um tablet a professor da rede estadual
O governador Tarso Genro fez a entrega simbólica de um tablet a professor da rede estadual
Foto: Palácio Piratini

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, comentou nesta terça-feira a pesquisa divulgada pelo sindicato dos professores (Cpers) que aponta que 54% das escolas da rede estadual não contam ou não sabem se possuem plano de prevenção de incêndios. "Não vi o levantamento do Cpers, mas tudo isso é verdade. É um legado de desmando que recebemos. Tinha processos com carga de emergência desde 2003, então colocar em dia tudo isso leva tempo, o importante é que esse em dia já começou", disse o governador ao afirmar que mais de 1 mil escolas foram reformadas em dois anos.

Segundo o governo estadual, pelo menos outras 524 escolas terão obras emergenciais iniciadas no primeiro semestre deste ano, com orçamento de mais de R$ 1,5 milhão cada. Tarso Genro fez questão de frisar que não teve como recuperar, em dois anos de mandato, o passivo de obras necessárias para garantir a infraestrutura mínima das escolas da rede. "É uma vergonha a forma como recebemos as escolas no Rio Grande do Sul. Não tivemos tolerância da imprensa quanto a isso, faz parte, mas vamos informar a população que estamos respondendo ao descaso de muitos anos", disse ao citar as críticas que recebeu da mídia.

O governador participou ao lado do secretário da Educação, José Clovis de Azevedo, da entrega de 22 mil tablets para professores do ensino médio nesta tarde. Após a solenidade no Palácio Piratini, Azevedo confirmou que a Secretaria da Educação assinou um acordo com o Ministério Público para que o governo fique responsável por monitorar as condições de segurança das escolas, para prevenir incêndio. Antes desse acordo, não havia um controle da secretaria sobre o cumprimento dos planos de prevenção.

Apesar de criticar a pesquisa divulgada pelo Cepers, que também apontou a falta de estrutura mínima em mais de 60% das escolas e carência de professores na rede, o secretário confirmou o dado de que metade das instituições não têm o acompanhamento dos Bombeiros. "Nunca foi uma preocupação no Estado essa questão do PPCI (plano de prevenção contra incêndio), nós herdamos as escolas a maioria sem plano de incêndio, ainda temos um número significativo sem, mas precisamos reconhecer os avanços", afirmou. O acordo só foi assinado depois da tragédia que matou 240 pessoas em uma boate de Santa Maria, na região central do Estado.

Uma portaria deve ser publicada na edição de amanhã do Diário Oficial do Estado para definir as ações que serão adotadas para prevenir incêndios. A ideia é que a responsabilidade de fiscalizar a segurança não fique centrada na relação entre as direções e os Bombeiros, mas que haja um controle por parte da Secretaria da Educação.

Infraestrutura das escolas

De acordo com a pesquisa divulgada hoje pelo Cpers, 61% das escolas não têm condição adequada de funcionamento. Em 36% das instituições, algum setor não funciona por falta de estrutura, como laboratório de informática, biblioteca, serviço de orientação e supervisão escolar. 

O levantamento diz ainda que 38% das escolas da rede estadual não possuem plano de prevenção contra incêndios e em pelo menos 16% das instituições a equipe diretiva não sabe se há alguma fiscalização sobre incêndios. A pesquisa encomendada pelo sindicato ouviu diretores e funcionários de 355 escolas, das mais de 2 mil instituições da rede estadual. A margem de erro é de cinco pontos percentuais.

De acordo com o secretário, a pesquisa do sindicato não reflete a realidade do Estado. "O Cpers naõ conhece as nossas escolas. Diz, por exemplo, que temos 1,7 mil escolas, quando na realidade são 1.552. Nós reunimos 40 mil professores no dia 25, estamos junto com as escolas resolvendo os problamas, mas não vejo nas assembleias do Cpers a participação dos professores", disse o secretário ao criticar a atuação do sindicato.

Tablets

Na solenidade no Palácio Piratini foi feita a entrega simbólica de 22 mil tablets a professores do ensino médio. De acordo com a secretaria, todos os educadores receberão treinamento antes de receber  o equipamento da marca Positivo. Além disso, foram entregues 27 tratores para as escolas técnicas agrícolas. 

Fonte: Terra
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