PUBLICIDADE

RS: com áreas interditadas, escola aguarda reforma há 10 anos

Segundo pesquisa do sindicato dos professores, 61% das escolas da rede estadual do Rio Grande do Sul não têm condições adequadas de funcionamento

5 mar 2013 - 14h07
(atualizado às 16h55)
Compartilhar
Exibir comentários

Paredes com infiltração, banheiro interditado porque o teto de gesso desabou, ginásio de esportes em estado de abandono. Essa é a situação do Instituto de Educação General Flores da Cunha, tradicional escola estadual de Porto Alegre (RS) que aguarda há mais de 10 anos por uma reforma no prédio construído no início do século passado. O instituto é um exemplo da falta de estrutura das escolas públicas, retratado em uma pesquisa divulgada pelo sindicato dos professores (Cpers) em entrevista coletiva nesta terça-feira.

Além de constatar que mais de 50% das escolas não têm ou não sabem sobre o plano de prevenção de incêndios, o levantamento aponta que 61,4% das instituições da rede estadual do Rio Grande do Sul não têm condições adequadas de funcionamento. O problema compromete a qualidade da educação e, principalmente, a segurança dos estudantes.

Na escola localizada na região central da capital, qualquer chuva um pouco mais forte alaga as salas do segundo andar e as aulas precisam ser interrompidas. Por causa das infiltrações, o teto do auditório está comprometido. Nas salas de aula, os alunos convivem com paredes cobertas por mofo. "Uma parte do teto de gesso do auditório desabou. Chegamos a ficar um bom tempo sem poder usar a estrutura, mas improvisamos uma reforma. Do jeito que está não dá para continuar", diz a diretora, Leda Larratéa, que assumiu o comando da escola há pouco mais de dois meses.

Ela conta que está programada para este ano uma reforma em toda a escola, mas o projeto da Secretaria de Educação ainda não ficou pronto. "A dificuldade maior é que é um prédio tombado pelo patrimônio histórico, então precisa de uma restauração completa sem comprometer a estrutura original", afirma.

Um dos banheiros precisou ser interditado depois que o teto desabou
Um dos banheiros precisou ser interditado depois que o teto desabou
Foto: Angela Chagas / Terra

Leda trabalha no Instituto de Educação há 15 anos e diz que se houve alguma reforma na escola, foi há mais de 20 anos. "A situação é bem difícil porque prejudica a segurança dos alunos e também dos professores", diz a diretora. Na escola estudam cerca de 1,9 mil alunos, desde a educação infantil ao ensino médio. A instituição também é reconhecida pelos cursos de magistério - para formação de professores - ministrados nos três turnos.

Ginásio fechado há nove anos

Coberto de entulhos, o ginásio da escola pouco lembra o local onde um dia alunos praticaram atividades esportivas. A cobertura de gesso desabou completamente por causa das infiltrações no telhado. O piso cedeu e o local virou depósito de materiais que devem ir para reciclagem. Segundo a diretora, a estrutura não é usada há mais de nove anos.

A quadra de esportes em frente ao ginásio também está em situação precária. Com rachaduras, sem cobertura e com a pintura desgastada, é o único local para a prática de atividades esportivas. De acordo com a direção, o projeto para restauração de toda a escola deve ficar pronto até o meio do ano. A expectativa dos professores é que a reforma seja iniciada ainda em 2013.

O secretário da Educação, José Clovis de Azevedo, confirmou nesta tarde que o projeto para a restauração está em andamento e deve ser concluído em maio. "Pela primeira vez o Instituto de Educação vai sofrer uma reforma global", disse. 

Infraestrutura das escolas

De acordo com a pesquisa divulgada hoje pelo Cpers, 61% das escolas não têm condição adequada de funcionamento. Em 36% das instituições, algum setor não funciona por falta de estrutura, como laboratório de informática, biblioteca, serviço de orientação e supervisão escolar. O levantamento diz ainda que 38% das escolas da rede estadual não possuem plano de prevenção contra incêndios e em pelo menos 16% das instituições a equipe diretiva não sabe se há alguma fiscalização sobre incêndios. A pesquisa encomendada pelo sindicato ouviu diretores e funcionários de 355 escolas, das mais de 2 mil instituições da rede estadual. A margem de erro é de cinco pontos percentuais.

O Instituto de Educação conta com equipamentos para combater incêndios, mas a diretora diz que tanto os professores quanto funcionários não sabem como utilizar os extintores e demais equipamentos. "Queremos fazer, ainda em março, uma parceria com os Bombeiros para capacitar uma equipe de dentro da escola para saber lidar nessas situações de incêndio", diz Leda.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade