PUBLICIDADE

RS: ameaçada, ida de campeões de robótica a campeonato é confirmada

Prefeitura de Porto Alegre fez ajuste nas contas e disse que não poderia custear os gastos. Após pressão da comunidade, decisão foi revista

2 out 2013 - 10h58
(atualizado em 3/10/2013 às 16h16)
Compartilhar
Exibir comentários
Secretária recebe a Lobóticos, equipe de robótica da Escola Municipal de Ensino Fundamental Heitor Villa Lobos
Secretária recebe a Lobóticos, equipe de robótica da Escola Municipal de Ensino Fundamental Heitor Villa Lobos
Foto: Tiago Nequesaurt/PMPA / Divulgação

Consegue imaginar uma equipe de futebol do seu Estado fora do campeonato brasileiro por falta de verba, ainda que tenha sido campeã mundial no mesmo ano? Era essa a situação de três alunos da escola de ensino fundamental Heitor Villa Lobos, em Porto Alegre (RS), há poucos dias.

Mesmo campeões da categoria técnica Dança de Robôs no Robocup Junior de setembro, considerado o mundial da área, a falta de garantia financeira ameaçou a participação dos jovens na próxima Competição Brasileira (CBR), a ser realizada entre os dias 16 e 20 de outubro em Fortaleza (CE). A prefeitura alegou, durante as últimas semanas, não dispor de verba para o pagamento das despesas necessárias (transporte, hospedagem, inscrição). Mas tudo acabou bem: com o esforço de professores e profissionais ligados ao projeto municipal de robótica da Secretaria de Educação de Porto Alegre (SMED), foi viabilizado o dinheiro para a participação dos três jovens (e mais duas equipes de outras duas escolas) no evento.

Em 2007, mesmo ano em que iniciou o projeto no município, bancado pela prefeitura e atendendo metade da rede municipal naquele ano, surgiu a primeira equipe da escola Heitor Villa Lobos. Formada pelos dez alunos que mais se destacam nas aulas desde então, a Lobóticos - uma fusão do nome da escola com robótica - foi conquistando grandes resultados com o decorrer dos anos. Em 2010, ganhou seu primeiro título regional. Nos anos seguintes, as participações nos eventos nacionais, com títulos e boas classificações, renderam vaga para os mundiais: México, em 2012, e Holanda, em setembro.

Mesmo campeões, os três alunos não tinham garantia de participação no evento nacional, já que o título conquistado na CBR não dá vaga no ano seguinte - para participar da competição, basta pagar a inscrição. Segundo Daniela Bortolon, coordenadora da assessoria de inclusão digital da Secretaria de Educação, setor que coordena as ações de tecnologia no município, foi possível viabilizar o pagamento de todos os custos em 2012 para que os alunos pudessem participar da CBR naquele ano.

Já em 2013, a prefeitura afirmava estar em contenção de gastos e, por isso, não teria o recurso necessário, em torno de R$ 10 mil, segundo a professora de robótica da Heitor Villa Lobos, Cristiane Cabral. O problema foi resolvido no dia 26 de setembro. "A Secretaria de Educação fez o reajuste nas suas contas para o final do ano e conseguiu viabilizar a ida. Estamos agora providenciando a documentação necessária”, afirma Daniela.

O projeto de robótica na capital gaúcha foi, desde o início, bancado pela prefeitura. "Foi um movimento de fora pra dentro, da Secretaria, a partir da Marilu Fontoura (secretária de Educação entre 2005 e 2009)", confirma a professora Cristiane Cabral. Foi o poder municipal que viabilizou a participação nos três eventos ano passado: Olimpíada, Competição e Mostra Nacional de Robótica, esta última com custos cobertos pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). "Seria uma decepção para os alunos e professores envolvidos interromper os investimentos na área".

O projeto viabilizado pela ex-secretária Marilu inicialmente envolvia 45 escolas das 96 da rede municipal. Hoje, 25 escolas que iniciaram o projeto mantêm suas equipes. Depois do investimento na compra do material, foram criados cursos de capacitação para os professores que tivessem interesse na área, onde foi realizada a formação deles - caso de Cristiane.

A professora Cristiane chegou a escrever ao prefeito para tentar solucionar a questão orçamentária; Bortolon teve até reunião com empresários para tentar obter o dinheiro necessário. Felizmente, veio a solução, não só para os campeões mundiais mas também para estudantes de robótica de outras duas escolas da rede municipal que pleiteavam participação nos eventos de Fortaleza.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade