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RJ: projeto estimula trabalho em equipe, organização e curiosidade dos alunos

26 nov 2013 - 15h46
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Habilidades não cognitivas, características socioemocionais ou competências para o século XXI. Seja como forem classificados, uma série de fatores passam a ser cada vez mais valorizados nas escolas. Não basta mais somente a educação baseada em resultados, avaliada pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), pelo Pisa (sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação de Alunos) ou pelo cumprimento das metas do Todos Pela Educação, por exemplo. No contexto atual, é preciso estimular - entre outras características - o trabalho em equipe, a organização e a curiosidade. Com isso em mente, o Instituto Ayrton Senna (IAS) vem desenvolvendo, em parceria com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a rede pública de ensino do Rio de Janeiro, experiências para incentivar essa mudança na educação.

Tendo como base pesquisas desenvolvidas desde a década de 1930, o IAS estabeleceu seis fatores socioemocionais principais para o jovem. Ter responsabilidade, sendo capaz de manter o foco, a organização, a disciplina e a persistência, constitui um deles. Colaborar de maneira afetuosa e solidária, e ser sociável, sabendo externar sensações e impondo-se quando necessário também são habilidades não cognitivas importantes. Da mesma forma, manter a estabilidade emocional, controlando a ansiedade, o estresse e sentimentos negativos é fundamental para o século XXI. Completando a lista de seis fatores, estão o protagonismo - capacidade de perceber se os eventos estão sob controle interno ou são externos - e a inventividade - abertura a novas ideias e experiências, sem medo de errar. Para medir essas habilidades, o IAS aplicou uma prova com 55 mil estudantes na rede pública do Rio de Janeiro. A previsão de divulgação dos resultados é em março de 2014.

Naturalmente, o instituto entende que também é preciso um enorme esforço para melhorar a aprendizagem nos aspectos tradicionais, cognitivos. “Entretanto, a própria experiência acumulada ao longo deses anos mostrou que o grande aliado para dar um salto na aprendizagem é a incorporação, no processo de avaliação, de elementos que podem contribuir para o sucesso escolar através das habilidade não cognitivas”, diz o diretor de Articulação e Inovação do IAS, Mozart Neves.

Diversidade

A formação do aluno hoje se dá de maneira uniforme. Há apenas um currículo para todos, sem que se perceba as características individuais dos jovens “Temos que ter a base, mas aproveitar as habilidades próprias de cada aluno para potencializá-las dentro do ambiente escolar”, afirma Neves. Ele acredita ser possível estimular o respeito mútuo e a cooperatividade, criando uma escola motivadora e criativa, com um clima melhor e uma cultura de paz. “Nós temos procurado melhorar o ambiente, para que se respeite as potencialidades de cada aluno e se entenda que a diversidade é a grande riqueza que a escola tem”.

Trabalhar o cognitivo segue sendo absolutamente necessário. Mas para o século XXI, é preciso que outras habilidades estejam previstas nas diretrizes escolares. As grandes transformações estruturais do mundo e as descontinuidades tecnológicas tendem historicamente a impactar com força a humanidade, afirma Neves. Hoje, em uma sociedade aberta para a economia criativa, a inovação é necessária para a inserção das pessoas nesse novo ambiente.

Os esforços feitos pelo IAS na rede estadual e municipal do Rio de Janeiro servem de aprendizado. Entretanto, o caminho para uma educação que pense as competências do mundo atual deve ser longo: “É fundamental criar um ambiente de formação continuada na rede de ensino, para mudarmos uma cultura, irmos além do ambiente cognitivo. A mudança de cultura só se faz formando pessoas”, afirma Neves.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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