Protesto de professores chega ao 3º dia; Estados fazem assembleias
16 mar2012 - 10h08
(atualizado em 20/3/2012 às 09h41)
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Professores de escolas públicas do País decidem hoje se estendem a paralisação nacional iniciada na quarta-feira. Segundo a CNTE, vários estados devem realizar assembleias. As manifestações pelo cumprimento da lei do piso ocorrem quase quatro anos após o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionar a lei que instituiu o piso nacional do magistério.
De acordo com o CNTE, ontem escolas das redes estaduais e municipais de 23 estados e o Df paralisaram suas atividades. Os três estados que não foram afetados pelo movimento na quarta-feira são Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. A greve nacional da educação segue até sexta.
Em Santa Catarina, cerca de cinco mil professores, de acordo com os cálculos da Polícia Militar, participaram de uma passeata no final da tarde de ontem em Florianópolis. A classe optou por conceder um prazo de "30 dias" ao governo para o atendimento de reivindicações e pagamento do piso nacional do magistério.
Os professores estaduais realizaram uma assembleia em um centro de convenções. A proposta do governo - que consiste em uma divisão do pagamento do piso em três anos - gerou revolta dos professores. Mesmo assim, a classe optou por não parar imediatamente os trabalhos.
De acordo com as informações da secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte), Anna Júlia Rodrigues, a categoria exige a aplicação do reajuste de 22,22% do piso nacional. Outras três assembleias regionais foram definidas.
A Secretaria da Educação de São Paulo informou que apenas 5% dos professores da rede estadual aderiram à paralisação da categoria convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). "Assim como ontem, as escolas funcionaram normalmente nesta quinta-feira", disse a secretaria.
O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) não divulgou um balanço, mas na quarta-feira a estimativa do sindicato era que pelo menos 30% dos professores haviam paralisado as atividades para protestar. Para hoje, a categoria agendou uma assembleia junto ao Palácio Bandeirantes. De acordo com o CNTE, os professores também farão assembleias no Maranhão, Minas Gerais e Paraíba. Nos outros estados seguem as ativadades organizadas pelos comandos de greve.
No dia 27 de fevereiro deste ano, o Ministério da Educação (MEC) anunciou o novo piso nacional do magistério, segundo reajuste de 22% calculado com base no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Segundo levantamento da CNTE, apenas os Estados de São Paulo, Pernambuco, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Goiás e o Distrito Federal pagam aos seus professores o piso nacional de R$ 1.451,00 definido pela lei. "A confirmação feita pelo MEC do reajuste do piso em 22% deu muito gás ao nosso movimento. Os professores estão cada vez mais conscientes sobre o dinheiro público e sabem que há condições para cumprir com a lei. O piso do magistério provocou isso: uma ampla mobilização pela valorização da educação", afirma a representante da confederação.
Presidente do sindicato dos professores no Rio Grande do Sul (Cpers-Sindicato), a professora Rejane Oliveira concorda que os educadores estão mobilizados em torno da lei do piso. No Estado que paga o menor valor aos educadores do País - R$ cerca de R$ 800 - a categoria deve se reunir em frente ao Palácio Piratini, sede do Executivo, para cobrar do governador Tarso Genro (PT) uma proposta de reajuste que cumpra com o valor estipulado pelo MEC. "O governador, como Ministro da Justiça em 2008, assinou a lei do piso e, quando era candidato ao governo, disse que iria cumprir a lei sem mexer no plano de carreira. Estamos esperando que honre a promessa", diz Rejane.
O governo estadual apresentou uma proposta de pagar R$ 1.260,00 até 2014, o que foi recusado pela categoria. Além do impasse no Rio Grande do Sul, em outros quatro Estados os professores já aderiram à greve como forma de pressionar os governantes. Em Goiás, Rondônia e Piauí a paralisação teve início em fevereiro. Já no Distrito Federal a mobilização foi iniciada na última segunda-feira, para cobrar a equivalência do salário dos professores com outros servidores distritais.
Investimento de 10% do PIB na educação
Além da luta nacional pelo salário de R$ 1.451,00, os professores cobram ainda que 10% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas do País, seja investido em educação. A meta do governo federal no Plano Nacional da Educação (PNE) é estipular esse valor em 7% do PIB. "Não podemos aceitar que em um País que já se tornou a sexta economia mundial a educação ainda não seja tratada com prioridade. Esse é o momento dos governos repensarem o papel do educador, se não daqui poucos anos não vai mais haver professor em sala de aula, porque o interesse pela carreira está cada vez menor", afirma a secretária-geral da CNTE.
A categoria ainda luta para que os Estados cumpram com outra norma definida pela lei do piso: que um terço da carga horária dos docentes seja destinada para atividades extraclasse, como cursos de capacitação, correção de provas e preparação de conteúdos. Sobre esse dispositivo, levantamento dos sindicatos aponta que apenas o Acre, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Rondônia, Sergipe seguem a regra.
Informações sobre a agenda da mobilização dos educadores em cada Estado pode ser conferida no site da CNTE.
Professores levaram faixas e cartazes para protestar no centro de SP
Foto: Erika Regina Leite / vc repórter
Em São Paulo, a concentração para os protestos aconteceu na rua Líbero Badaró
Foto: Erika Regina Leite / vc repórter
Professores de Curitiba (PR) sairam às ruas nesta quarta-feira para protestar por mais investimento na educação
Foto: Fernando Gonçalves / Futura Press
Cerca de 80% das escolas municipais de Curitiba fecharam as portas no primeiro dia de paralisação, de acordo com o Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal
Foto: Fernando Gonçalves / Futura Press
No Rio de Janeiro, pouco mais de 50 professores deixaram a sala de aula para participar do manifesto
Foto: André Naddeo / Terra
O ato dos educadores em Salvador (BA) contou até com banda de música
Foto: Raul Golinelli / Futura Press
Os professores da rede municipal de Salvador e da rede estadual pararam as aulas nesta quarta-feira
Foto: Raul Golinelli / Futura Press
Foto: Terra
Folha de pagamento mostra vencimentos de professora gaúcha aposentada
Foto: Fernando Diniz / Terra
Professores de Porto Alegre expuseram contra-cheques no centro da cidade
Foto: Fernando Diniz / Terra
Cartaz anuncia paralisação no Rio Grande do Sul
Foto: Fernando Diniz / Terra
Professores de Santa Catarina marcharam pelas ruas de Florianópolis nesta quinta-feira
Foto: Fabricio Escandiuzzi / Especial para Terra
A manifestação dos educadores de Santa Catarina faz parte de uma mobilização nacional pelo piso
Foto: Fabricio Escandiuzzi / Especial para Terra
Os professores resolveram dar um prazo de 30 dias para que o governo cumpra com o piso nacional
Foto: Fabricio Escandiuzzi / Especial para Terra
Os educadores também fizeram uma assembleia nesta quinta-feira
Foto: Fabricio Escandiuzzi / Especial para Terra
A Polícia Militar (PM) estimou que 5 mil pessoas acompanharam a manifestação pelas ruas de Florianópolis (SC)
Foto: Fabricio Escandiuzzi / Especial para Terra
Os professores de Santa Catarina cobram o cumprimento do piso nacional de R$ 1.451,00
Foto: Fabricio Escandiuzzi / Especial para Terra
Foto: Fernando Borges / Terra
Apesar de São Paulo já cumprir com o piso nacional, os professores saíram às ruas para protestar
Foto: Fernando Borges / Terra
A mobilização em São Paulo faz parte da paralisação nacional dos trabalhadores em educação
Foto: Fernando Borges / Terra
Os educadores se preparavam para fazer uma assembleia geral em frente ao Palácio Bandeirantes, na capital paulista
Foto: Fernando Borges / Terra
A paralisação nacional de três dias termina nesta sexta-feira
Foto: Fernando Borges / Terra
Além da jornada extraclasse, os educadores de São Paulo cobram o investimento de 10% do PIB na educação
Foto: Fernando Borges / Terra
A polícia acompanhava a manifestação dos professores de São Paulo, que começou em frente ao estádio do Morumbi, na zona sul da capital
Foto: Fernando Borges / Terra
Em protesto nesta tarde, os professores de São Paulo cobram o cumprimento do dispositivo da lei do piso que estabelece um terço da jornada para atividades extraclasse
Foto: Fernando Borges / Terra
Placas do sindicato dos professores tomaram conta da rua na proximidade do estádio do Morumbi
Foto: Fernando Borges / Terra
Os educadores do Estado de São Paulo criticam o excesso de alunos por sala e cobram a valorização da categoria
Foto: Fernando Borges / Terra
Professores entoaram palavras de ordem para cobrar mais investimento no ensino estadual
Foto: Fernando Borges / Terra
A categoria também cobra a reposição salarial
Foto: Fernando Borges / Terra
O sindicato dos professores estima a participação de 10 mil pessoas na marcha desta sexta-feira
Foto: Fernando Borges / Terra
Educadores de diversas cidades do Estado foram até a capital para se unir ao protesto
Foto: Fernando Borges / Terra
Os docentes saíram em marcha até o Palácio Bandeirantes
Foto: Fernando Borges / Terra
Os líderes do movimento exaltaram a luta nacional pela valorização da educação
Foto: Fernando Borges / Terra
Os educadores vão decidir em assembleia se darão continuidade à paralisação na próxima semana
Foto: Fernando Borges / Terra
Após anos de estudo, o educador representa a luta pela valorização da categoria
Foto: Fernando Borges / Terra
Em meio a centenas de educadores que marchavam pelas ruas de São Paulo nesta tarde, um deles chamou a atenção vestindo uma toga
Foto: Fernando Borges / Terra
Os docentes votaram em assembleia realizada junto ao Palácio Bandeirantes
Foto: Fernando Borges / Terra
Os professores de São Paulo decidiram fazer uma assembleia no dia 20 de abril para decidir se entram em greve
Foto: Fernando Borges / Terra
Jovens também se mobilizam a favor dos professores do País
Foto: mgambrosio / vc repórter
Lei nacional determina que um terço da jornada seja destinado para atividades extraclasse
Foto: mgambrosio / vc repórter
Nariz de palhação faz parte do uniforme dos professores que compareceram na manifestação
Foto: mgambrosio / vc repórter
Milhares se juntam a favor dos direitos dos professores
Foto: mgambrosio / vc repórter
Professores cobram do governo estadual a valorização da categoria
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Com cartazes e gritos de protesto, professores se mobilizam na zona sul de São Paulo
Foto: mgambrosio / vc repórter
Os professores ocuparam as ruas proximas ao Palácio Piratini para protestar pelo cumprimento da lei do piso
Foto: Vinícius Costa / Futura Press
O Rio Grande do Sul paga o pior salário do Brasil aos professores - cerca de R$ 800 de básico para uma jornada de 40 horas semanais
Foto: Vinícius Costa / Futura Press
No terceiro dia de paralisação nacional, professores do Rio Grande do Sul cobraram mais verbas para a educação
Foto: Vinícius Costa / Futura Press
Internauta registra manifestação dos professores em greve, em São Paulo
Foto: Fernando Souza / vc repórter
Polícia Militar de SP acompanhou a manifestação na região do Morumbi
Foto: Fernando Souza / vc repórter
Manifestantes levaram faixas para chamar a atenção das autoridades às reivindicações
Foto: Fernando Souza / vc repórter
Líderes da greve discursam durante protesto organizado na zona sul de SP
Foto: Fernando Souza / vc repórter
Segundo a Secretaria da Educação de São Paulo, apenas 5% dos professores aderiram à paralisação da categoria
Foto: Fernando Souza / vc repórter
Manifestantes protestaram em São Paulo no último dia 16 pelo cumprimento da lei do piso