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Proposta e insatisfação marcam 2 meses da greve de professores

17 jul 2012 - 11h18
(atualizado às 11h57)
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A greve dos professores de universidades e institutos federais do País completa dois meses nesta terça-feira, 17 de julho, marcada pela proposta de um novo plano de carreira feita pelo governo na última sexta-feira e pela insatisfação do comando de greve, que divulgou que a proposta não atende às demandas da categoria.

Veja onde há greve de professores de universidades e institutos federais

Veja os salários de professores de instituições de ensino federais

Para a Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes), que contabiliza 55 universidades e 5 institutos federais em greve, a proposta apresentada em vez de reestruturar a carreira piorou essa organização. De acordo com o vice-presidente do sindicato, Luiz Henrique Schuch, cálculos feitos pela entidade apontam que no caso de algumas classes o reajuste apresentado pelo governo não representará ganho real.

"O governo fez uma maquiagem. Ele comparou números e valores normais em um intervalo de cinco anos. Pegou, por exemplo, um salário de julho de 2012 e projetou o aumento para 2015 como se em cinco anos não houvesse correção inflacionária no meio", criticou.

Além dos docentes das universidades federais, também estão em greve os professores dos institutos federais de educação profissional. Em nota, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) avaliou que a proposta apresentada pelo governo é uma "farsa" e criticou o fato de que o reajuste proposto não atinge toda a categoria e será pago de forma parcelada até 2015.

O Andes avalia que o movimento de negociação foi "recém iniciado" com a apresentação da proposta, e a paralisação deve continuar. Uma nova reunião entre o comando de greve e o governo está marcada para a próxima segunda-feira, dia 23, quando será apresentado ao Ministério do Planejamento o resultado das assembleias.

No Rio de Janeiro, por exemplo, estão em greve a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Estadual do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), além da Escola Técnica Federal Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ) e as unidades do Colégio Pedro II.

Proposta

A proposta do governo, a vigorar a partir de 2013, reduz de 17 para 13 níveis a carreira, como forma de incentivar o avanço mais rápido e a busca da qualificação profissional e dos títulos acadêmicos. A proposta prevê que todos os docentes federais de nível superior tenham reajustes salariais, além dos 4% concedidos pela MP 568 retroativo a março, ao longo dos próximos três anos. Confira abaixo a evolução do seu salário e da sua carreira.

O salário inicial do professor com doutorado e com dedicação exclusiva será de R$ 8,4 mil. Os salários dos professores já ingressados na universidade, com título de doutor e dedicação exclusiva passarão de R$ 7,3 mil para R$ 10 mil. Ao longo dos próximos três anos, a remuneração do professor titular com dedicação exclusiva passará de R$ 11,8 mil para R$ 17,1 mil.

No caso dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, a proposta prevê, além da possibilidade de progressão pela titulação, um novo processo de certificação do conhecimento tecnológico e experiência acumulados ao longo da atividade profissional de cada docente.

Segundo o governo, a proposta atende a reivindicação histórica dos docentes, que pleiteavam um plano de carreira que privilegiasse a qualificação e o mérito. "Além disso, torna a carreira mais atraente para novos profissionais e reconhece a dedicação dos professores mais experientes", finaliza o comunicado.

Com informações da Agência Brasil

Fonte: Terra
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