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Professores usam redes sociais para 'compartilhar' fatos da história

9 jul 2013 - 10h41
(atualizado às 10h42)
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Paulo Alexandre Filho criou perfis no Facebook para ensinar sobre a 2ª Guerra
Paulo Alexandre Filho criou perfis no Facebook para ensinar sobre a 2ª Guerra
Foto: Reprodução

Hoje, feriado no estado de São Paulo, é celebrado o dia da Revolução Constitucionalista de 1932, data que representa o inconformismo da população paulista que exigia uma constituição mais democrática em relação à ditadura imposta pelo então presidente Getúlio Vargas.

Nesse período, muitas décadas antes da criação da internet, a história foi sendo registrada pelos livros e meios de comunicação. Ao contrário de hoje, em que as redes sociais têm promovido maior discussão e participação da população, dando-lhes voz mais ativa nos protestos que acontecem em todo o mundo – como a Primavera Árabe, os protestos dos milhares de estudantes no Chile e as manifestações que ainda acontecem no Brasil.

Aproveitando a onda do engajamento do Twitter e do Facebook , professores estão usando esses espaços para ensinar e estimular seus alunos a aprender a disciplina de história. Paulo Alexandre Filho, que é mestre em história pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), decidiu usar o Facebook para ensinar especificamente sobre a Segunda Guerra Mundial. Porém não da forma mais comum, geralmente por meio da criação de fóruns de grupos de discussão.

O historiador usou a rede social para montar um perfil para cada país envolvido na guerra, permitindo assim a interação entre essas nações. "Pensei como poderia usar aspectos modernos para aproximar os estudantes da matéria, mas que fossem divertidos e informativos ao mesmo tempo", afirma. A Segunda Guerra no Facebook virou um post no blog de Alexandre, chegando a mais de 10 mil compartilhamentos na rede social.

Como se o Facebook existisse em 1939, a história da Segunda Guerra Mundial inicia quando a Alemanha envia o post:  "Tamo junto na parada. É nóis III Reich comanda!!! Hehehehehehe", aos aliados Sarre ( região extinta entre a França e a Alemanha), Renância (fronteira que era situada entre a França e a Espanha), Áustria e Tchecoslováquia.

Em outro post, o país alemão envia uma mensagem à URSS: "Que tal dividirmos a Polônia?"

A União Soviética então curte o post, comentando, em seguida: "Combinado. Se os ingleses acharem ruim, entramos em guerra contra eles. Tô a fim de uma briga."

O Japão prossegue na discussão: "Aí é f**, Alemanha! Combinamos botar pra f* nos soviéticos. Não curti". O país alemão chama o Japão para uma conversa no chat "para explicar melhor a parada".

Seguindo os acontecimentos da guerra, o Japão adiciona a Indochina ao grupo Domínios Japoneses, enquanto a Alemanha convida a Itália e o Japão a participar do grupo Eixo.

Além dos perfis dos países, há também o de figuras importantes na Guerra, como Adolf Hitler, Churchill e Stalin (este último apelidado de Stalin666). Em seu perfil fictício, o ditador alemão marca numa foto os amigos Albert Speer (ministro de Armamentos e da Produção de Guerra do Terceiro Reich) e Arno Breker (arquiteto e artista plástica alemão, famoso pelos seus trabalhos nessa época). Na imagem, o trio está em frente à Torre Eiffel ao lado dos colegas sob a legenda "Curtindo Paris com os manos".

De acordo com Alexandre, que se inspirou em versões estrangeiras para criar o projeto, a ideia é usar o mesmo formato para contar a História do Brasil. Em Amsterdã, na Holanda, no ano passado, a escola 4e Gymnasium criou o projeto para instigar seus alunos no ensino de história, um professor criou as páginas: As Invenções do século 20, As Viagens de Fernão de MagalhãesAscensão e a Moda dos anos 1950 – todas em inglês. Nelas, os acontecimentos históricos são apresentados pelo professor em formato de textos, imagens, vídeos e áudios e os alunos podem postar suas perguntas, curiosidades e comentários. 

Tuitando a Segunda Guerra

Já nos Estados Unidos, um estudante de história de Oxford aderiu ao Facebook para retratar, também, a Segunda Guerra Mundial. A partir do@RealTimeWWII, o universitário vem tuitando, em tempo real, os acontecimentos equivalente ao período que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial.

No dia 4/7, por exemplo, o Twitter destaca a invasão de tropas alemãs no território da União Soviética: "Tanques Alemães cruzam agora o Rio Dnieper, a apenas 482 quilômetros de Moscou… / Os exércitos Soviéticos são encurralados e destruídos".  A iniciativa ganhou versões no mundo inteiro e já foi traduzido para mais de uma dezena de línguas, como russo, tcheco, mandarim, italiano, hebraico e português @2aGM_TempoReal. "É como se hoje, em cada conta nas redes sociais, tivéssemos um 'Diário de Anne Frank'. Acontecimentos como a Primavera Árabe e os atentados em Boston, por exemplo, tiveram seus primeiros registros feitos pelas próprias pessoas que estavam lá, antes da imprensa", afirma Alexandre.

Porvir Porvir
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