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Professores iniciam greve nacional para cobrar o cumprimento do piso

A paralisação da rede pública vai até quinta-feira. Segundo a CNTE, alguns Estados e municípios podem aprovar a prorrogação da greve

23 abr 2013 - 09h01
(atualizado em 25/4/2013 às 10h41)
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<p>Os professores da rede estadual de São Paulo se anteciparam à mobilização nacional e decidiram entrar em greve na última sexta</p>
Os professores da rede estadual de São Paulo se anteciparam à mobilização nacional e decidiram entrar em greve na última sexta
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

Professores da rede pública de todo o País iniciaram nesta terça-feira uma greve nacional de três dias para cobrar o cumprimento da Lei do Piso, sancionada há quase cinco anos e que ainda não é cumprida por boa parte dos Estados e municípios. Levantamento feito pelo Terra com base em dados fornecidos pelas secretarias da educação e pelos sindicatos aponta que 10 Estados pagam abaixo de 1.567,00 para um docente com jornada de 40 horas semanais.

A pior situação é verificada no Rio Grande do Sul, onde um professor com o ensino médio ganha míseros R$ 977,05 como vencimento básico. A situação é melhor para quem tem curso superior, já que o salário básico passa para cerca de R$ 1,8 mil. Sem condições de cumprir com a lei sem alterar o plano de carreira da categoria, o governo gaúcho optou por pagar um complemento para aqueles que recebem menos que o piso.  Situação semelhante enfrentam o Paraná, Goiás, Rondônia, Alagoas, Bahia, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Maranhão, que também precisam reajustar os salários do magistério para se adequar à lei.

Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão, estima uma grande mobilização até quinta-feira para fazer cumpri a lei.  "Precisamos fazer uma grande mobilização para que a lei seja cumprida, temos que brigar, ir para a rua, para cobrar por algo que foi aprovada por unanimidade no Congresso há cinco anos. Isso é uma vergonha, precisamos começar a valorizar os profissionais da educação", disse ao Terra.

Leão estima que a paralização pode resultar em greve por tempo indeterminado em alguns cidades e Estados, já que os professores farão assembleia até quinta-feira para definir os rumos da mobilização. Em São Paulo, a greve já teve início na segunda-feira e além de reajuste salarial, os professores cobram o cumprimento de um terço da jornada de trabalho para atividades extraclasse - como preparação de atividades e correção de provas, outro ponto definido pela Lei do Piso.

Em São Paulo, um professor das séries iniciais do ensino fundamental ganha R$ 1.803,92 como vencimento básico, valor acima do piso, mas que segundo os professores ainda é muito baixo. Para o presidente da CNTE, com salários mais atrativos na iniciativa privada, os jovens não se interessam pelo magistério. Ele estima que faltam hoje no Brasil cerca de 300 mil docentes na educação básica pública. "Isso é resultado da política de desvalorização da profissão. Sem perspectiva de carreira promissora, o jovem se afastou do magistério."

Além do piso, a mobilização vai cobrar a aprovação da emenda que destina 100% dos royalties do petróleo para a educação, a aprovação do Plano Nacional da Educação (PNE), que tramita no Congresso Nacional, a valorização dos funcionários das escolas e mudanças na avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

A paralisação de três dias tem início com uma série de atividades promovidas pelos sindicatos estaduais e municipais. No Rio Grande do Sul, por exemplo, os professores agendaram uma passeada da sede do sindicato, na avenida Alberto Bins, até o palácio do governo estadual no começo da tarde para pressionar o governador Tarso Genro (PT) a cumprir com a Lei do Piso. Na quarta-feira haverá uma grande mobilização em Brasília, com a presença de professores de todo o Brasil em uma marcha pela educação e reuniões com parlamentares e governantes. Na quinta-feira ainda estão previstas assembleias dos sindicatos.

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Fonte: Terra
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