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Primeiros colocados no Enem hoje ajudam outros estudantes

Enquanto Henrique Leite lançou livro para orientar vestibulandos, Iago Caires deu aulas em cursinho popular como bolsista do MEC

23 set 2014 - 15h37
(atualizado às 15h48)
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<p>Primeiro colocado no Enem 2009, Henrique Fanini Leite escreveu um livro de apoio para vestibulandos </p>
Primeiro colocado no Enem 2009, Henrique Fanini Leite escreveu um livro de apoio para vestibulandos
Foto: Facebook

Quem passou horas, dias e meses estudando para um vestibular entende a dificuldade que isso representa. E nada mais justo do que compartilhar a experiência se o resultado foi a aprovação. Henrique Fanini Leite e Iago Caires não só foram aprovados, como conquistaram o primeiro e terceiro lugares no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009. Fizeram questão, tempos depois, de ajudar quem pretende enfrentar a prova.

Henrique Leite, 22 anos, foi o primeiro colocado no Enem 2009, tendo alcançado 891,76 pontos. Com direito à vaga na Universidade Federal do Paraná, o curitibano decidiu ir a São Paulo cursar engenharia no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), que tem um dos processos seletivos mais duros do País. Foi procurado pelos principais jornais do País para entrevistas, mas foram mensagens nas redes sociais que o motivaram a escrever um livro.

As mensagens vinham de desconhecidos, o pedido era o mesmo: dicas para o vestibular. Publicou então “Técnicas Para Vestibulares e ENEM”. Segundo ele, o material traz conselhos para resolver a prova e para os estudos - e arrisca ensinar até como “chutar” certo. A principal recomendação que daria a um vestibulando, porém, é definir uma meta, pensar em como atingí-la e ter disciplina para seguir o plano.

Mesmo alcançando o topo no maior exame do País, Henrique não se sentiu mais pressionado em seus estudos nos anos seguintes - a maior cobrança é interna. “Ter atingido certo reconhecimento tão novo me faz esperar muito de mim mesmo”, diz. 

Para Henrique, é difícil dizer se a graduação em engenharia, que ainda não terminou, é o que ele esperava. “Alunos de ensino médio tem pouquíssima noção de como são os cursos de universidade. Não sabia o que teria que estudar, como seria minha rotina, como seria avaliado”, lembra. “Sabia que gostava de aviões”.

De acordo com o estudante, ele teve alguma dificuldade para acompanhar a turma no início do curso. A maioria dos estudantes do ITA, segundo ele, era mais velha e vinha de cursos preparatórios específicos, que trabalhavam matemática e física de nível universitário. Outra dificuldade foi abandonar o conforto da casa dos pais e se mudar para a universidade. Reconhece, nisso, um estímulo à independência e sociabilidade.

O estudante atualmente completa, em Londres, um ano de intercâmbio pelo Ciência sem Fronteiras. Nas próximas semanas, Henrique voltará ao ITA para seu último ano de graduação. “Depois disso, quem sabe?”, diz. “Além da engenharia, desenvolvi um interesse muito forte por literatura. Penso em me aprofundar nessa área”.

Após sucesso precoce, estudante deu aulas em cursinho popular

Assim como Henrique, Iago Caires, 21 anos, também decidiu orientar vestibulandos após conquistar o terceiro lugar geral no Enem 2009. Mas a opção dele foi pelo trabalho no cursinho popular da Faculdade de Medicina da USP, em Ribeirão Preto, onde está cursando o quarto ano.

<p>Iago Caires conquistou o terceiro lugar em 2009, quando estava no segundo ano do Ensino Médio</p><p> </p>
Iago Caires conquistou o terceiro lugar em 2009, quando estava no segundo ano do Ensino Médio
Foto: Facebook

A partir do segundo ano como universitário,  Iago foi bolsista do Programa de Educação Tutorial, do Ministério da Educação. Por um ano e meio, o estudante compartilhou a sua experiência com o Enem em salas de aula. “Em primeiro lugar, eu gostava muito”, diz. “É muito gratificante poder falar do vestibular como algo que você conhece, pelo qual você passou e que assusta muita gente e gera muita ansiedade, muita apreensão”.

Entre os conselhos de Iago durante o tempo de cursinho estavam o treino de leitura e a ordem de resolução das questões. De acordo com ele, o vestibulando acaba tendo dificuldades em filtrar informações de enunciados longos, típicos do Enem, se não praticar a leitura antes da prova.

“Se você não tem segurança para ler o enunciado longo, leia a primeira pergunta, as alternativas. A gente sabe que alguns textos do enunciado vêm por enfeite”, afirma. Segundo o estudante, é comum saber uma resposta somente lendo as alternativas - e isso poupa tempo para as demais perguntas.

Da mesma forma, começar a prova pelos conteúdos que se tem maior facilidade dá confiança ao vestibulando, conta Iago. Ao encontrar uma questão que envolva um cálculo complicado, a dica é sempre deixá-la para o final.

Iago Caires nem tinha terminado o Ensino Médio quando surpreendeu a todos na escola com a terceira colocação geral do Enem. No ano seguinte, teve desempenho similar no exame nacional, ainda que seu grande desafio tenha sido o vestibular da Fuvest, para cursar medicina na USP. “A dúvida era onde fazer”, lembra. Passou do colégio para a universidade, sem escalas. Decidiu se mudar para Ribeirão Preto, a cerca de 450 quilômetros de sua cidade, Presidente Prudente.

“Volto com pouca frequência. Enquanto muitos colegas voltam para casa a cada fim de semana, ou de 15 em 15 dias, acabo indo só em feriados prolongados. É uma viagem bem cansativa”. Mesmo assim, Iago acredita que a distância é algo com que se vai aprendendo a lidar.

Depois dessa primeira experiência como professor de cursinho, Iago considera seguir carreira acadêmica no futuro, como docente de medicina. Por um lado, as aulas que assiste na faculdade o motivam bastante - por outro, a enorme quantidade de trabalho que um docente de escola pública precisa dar conta o deixa um pouco receoso.

No momento, porém, o estudante está preocupado com o seu segundo vestibular, apelido que ele deu à residência médica. “Brincava comigo mesmo que, antes de entrar na faculdade, meu horizonte terminava no vestibular. Atualmente ele tem parado na residência”. O rapaz deve fazer sua residência médica na própria faculdade de Ribeirão Preto por quatro anos. “O que vou fazer depois ainda é uma grande incógnita.”

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