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Presidente do CRM-MG: vou orientar a não socorrer erros de cubanos

23 ago 2013 - 15h33
(atualizado às 16h09)
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Em entrevista publicada no jornal Estado de Minas desta sexta-feira, o presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), João Batista Gomes Soares, declarou que vai orientar os médicos a não socorrerem erros dos profissionais cubanos que foram contratados pelo governo brasileiro para trabalhar em áreas com carência de atendimento, pelo programa Mais Médicos. Ao Terra, Soares esclareceu a fala, que causou polêmica nas redes sociais. "Nós não temos que socorrer o médico cubano, nós temos que socorrer o paciente."

"Nós não temos que assumir falha de médico cubano, nem pegar na mão de médico cubano para fazer nada. Nós temos um compromisso com o paciente. Mas nós temos que esclarecer ao paciente que nós estamos pegando dali para frente", diz o presidente do CRM-MG.

Infográfico: Revalidação do diploma médico

Conheça a história de médicos brasileiros que se graduaram fora do País e por que é necessário revalidar o diploma para poder trabalhar no Brasil

 

"Posso te dar um exemplo: você pega um paciente que vai ao posto de saúde com uma dor de barriga. Daí, como eles são bem treinados em assistência básica, atendimento básico em saúde, eles vão tratar aquilo como uma diarreia. Na verdade essa diarreia pode estar escondendo uma apendicite. Daí a diarreia para, o paciente vai para casa, continua com dor de barriga, continua com febre. A apendicite está lá dentro. Aquela apendicite gera um abcesso e gera uma infecção interna, que a gente chama de peritonite. Na hora que o paciente chegar na minha mão, eu tenho que deixar bem claro que eu peguei o caso a partir daquele momento, qual é a gravidade daquele caso. Se aquele caso tivesse sido diagnosticado lá atrás, com certeza, o resultado seria outro", diz Soares.

O presidente do CRM-MG lembra que o médico brasileiro também pode errar, mas este responde ao conselho e à Justiça. Soares então pergunta: "como é que o médico cubano vai responder sobre isso?"

Soares afirma que, além de uma ação dos conselhos de todo o País contra o programa Mais Médicos, pretende acionar a Organização Internacional do Trabalho (OIT), questionando a falta de direitos trabalhistas desses médicos e o pagamento - que será feito ao governo de Cuba e uma parte, um valor ainda não esclarecido pelo governo, será encaminhado aos médicos vindo da ilha.

O CRM ainda deve fiscalizar a atuação dos médicos formados no exterior - já que o programa não prevê a revalidação do diploma. "Exercício ilegal de profissão é crime. Se o indivíduo estiver exercendo a profissão lá, sem fazer a tramitação legal da documentação, como fiscalizador do exercício da profissão, eu tenho que denunciar isso, e o meio de denunciar é a polícia", diz Soares, ressaltando que o governo não está acima da lei, que prevê que o diploma desses profissionais seja revalidado no Brasil através de um teste, o Revalida.

Soares critica ainda o programa em si. Afirma que "não é um programa", e sim uma "plataforma eleitoral" para os prefeitos. Ele afirma que a baixa adesão confirma isso.

Com informações da Agência Brasil.

<a data-cke-saved-href="http://noticias.terra.com.br/infograficos/iframe-mais-medicos/medico.htm" href="http://noticias.terra.com.br/infograficos/iframe-mais-medicos/medico.htm">veja o infográfico</a>
Fonte: Terra
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