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Patriota nega viés ideológico na contratação de médicos cubanos

O ministro disse que os cubanos vão suprir a demanda dos municípios que não foram selecionados por nenhum médico na primeira edição do programa

22 ago 2013 - 12h18
(atualizado às 12h18)
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O ministro das Relações Exteriores disse que o viés da contratação é humanitário
O ministro das Relações Exteriores disse que o viés da contratação é humanitário
Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, negou nesta quinta-feira que o acordo para que médicos cubanos trabalhem em áreas carentes do Brasil tenha um "viés ideológico". Ele disse que a motivação é humanitária para suprir as necessidades do País. Patriota reiterou que o acordo com os profissionais de Cuba avalia a experiência deles e o contato com a saúde da família, mas evitou mencionar o fato de os salários dos médicos cubanos serem administrado pelo governo de Cuba.

O chanceler participa de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, destinada a discutir temas relativos à política externa brasileira. "(A decisão de contratar médicos cubanos) foi tomada em função de considerações dos melhores serviços possíveis, não tem motivação ideológica, há muitos médicos cubanos dispostos a fazer esse tipo de trabalho, talvez não tenha muitos médicos austríacos, por exemplo, dispostos a fazer esse trabalho", disse.

"A questão de atração de médicos cubanos tem a ver com a carência de profissionais em áreas do Brasil. É algo que é aceito internacionalmente, dentro das estratégias de saúde. O acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) garante que estamos procedendo dentro das melhores práticas", ressaltou. "A ideia é atrair o médico que esteja disposto a trabalhar. Não há um viés ideológico, mas, ao contrário, um viés humanitário".

De acordo com o ministério, os médicos cubanos vão suprir a demanda de parte dos 701 municípios que não foram selecionados por nenhum médico na primeira edição do programa. A parceria com os cubanos foi anunciado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que não sabem dizer o valor que será repassado individualmente a cada profissional, pois os recursos serão gerenciados pelo governo de Cuba.

O Ministério da Saúde anunciou na quarta-feira que, até o fim do ano, 4 mil médicos cubanos vão chegar ao Brasil para atuar nas cidades que não atraírem profissionais inscritos individualmente no Mais Médicos. No dia 26, chegam 400 profissionais, que vão passar pelo mesmo processo de avaliação dos médicos com diploma estrangeiro e sem revalidação do diploma, inscritos na primeira etapa do programa.

Infográfico: Revalidação do diploma médico

Conheça a história de médicos brasileiros que se graduaram fora do País e por que é necessário revalidar o diploma para poder trabalhar no Brasil

 

Em 4 de outubro, mais 2 mil médicos cubanos devem chegar ao país para uma nova etapa. Assim como os que se inscreveram individualmente, os cubanos que vêm pelo acordo com a Opas não precisarão passar pelo chamado Revalida (Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior) e, por isso, terão registro provisório por três anos para atuar na atenção básica e com validade restrita ao local para onde forem designados.

Entenda o 'Mais Médicos'
- Profissionais receberão bolsa de R$ 10 mil, mais ajuda de custo, e farão especialização em atenção básica durante os três anos do programa.
- As vagas serão oferecidas prioritariamente a médicos brasileiros, interessados em atuar nas regiões onde faltam profissionais.
- No caso do não preenchimento de todas as vagas, o Brasil aceitará candidaturas de estrangeiros. Eles não precisarão passar pela prova de revalidação do diploma
- O médico estrangeiro que vier ao Brasil deverá atuar na região indicada previamente pelo governo federal, seguindo a demanda dos municípios.
- Criação de 11,5 mil novas vagas de medicina em universidades federais e 12 mil de residência em todo o País, além da inclusão de um ciclo na residência em que os profissionais atuarão no Sistema Único de Saúde (SUS).
Agência Brasil Agência Brasil
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