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Participantes divergem sobre setor privado na Conae

31 mar 2010 - 12h22
(atualizado às 15h56)
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Felipe Franke
Direto de Brasília

Delegados e observadores tiveram opiniões diferentes sobre a presença do setor privado nos debates da Conferência Nacional da Educação (Conae), que tem como principal missão traçar as diretrizes para o próximo Plano Nacional de Educação que irá vigorar de 2011 a 2020 e deve orientar os investimentos em educação e as prioridades do país na área.

Segundo a pedagoga do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) no Espírito Santo, Fabiana Cristina Lírio, "as dicussões sobre o privado" - ou mesmo a menção ao mesmo - "aparecem muito pouco"."Quando você está no setor privado, você tem um outro tratamento. Muitas vezes o setor privado acaba não dando os direitos que existem no setor público, e isso causa uma frustração", afirmou.

De acordo com Márcia Mendonça, de Goiás, do Sindicato de Professores da Rede Particular de Anápolis (GO), os desafios da qualidade da educação também se apresentam aos trabalhadores da rede particular."Nós da rede privada sentimos dificuldade na Conae, porque ela é prejudicada. Precisamos resguardar nossos direitos para que nossos trabalhadores tenham condição de trabalhar com qualidade. A rede pública não está com dificuldade, principalmente no ensino superior", disse, sobre a expansão da rede universitária federal durante o governo do Partido dos Trabalhadores (PT).

Na opinão de representantes da educação pública, o setor privado está sendo discutido. Madalena Guasca Peixoto, coordenadora-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (Contee), entende que "o debate sobre o setor privado está bem representado na Conae e aparece em várias discussões".

O tema apareceu diretamente em pelo menos dois dos 52 colóquios: "Setor Privado e Educação: Participação, Regulação e Papel Social" e "Financiamento da Educação: Controle Social e Regulação dos Setores Público e Privado".

Maria Cecília Sarno é professora e supervisora de ensino do Estado de São Paulo, e defende que os problemas da educação englobam a todos. Por isso, "é bom que todas as escolas possam tenhar em mente" os temas debatidos na conferência, como acesso ao ensino e formação de professores". Para ela, "O Plano (Nacional da Educação) está aí. O seu uso compete a nós".

As plenárias de eixo (que votam pontos específicos) estão programadas para acabar ao meio-dia desta quarta-feira, 31. À tarde são realizadas mesas de discussão. Amanhã, quinta-feira, ocorrem duas sessões de plenária geral, que deverá decidir as propostas integrantes do PNE e encerrar a Conae. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é esperado. O documento do PNE precisa seguir para debate e aprovação no Congresso Nacional.

Fonte: Especial para Terra
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