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Professor pede que alunos escrevam redação como se fossem suicidas

Professor pede que alunos escrevam redação como se fossem suicidas

10 dez 2012 - 14h58
(atualizado às 15h35)
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Um professor francês que pediu que seus alunos escrevessem uma redação como se fossem suicidas, foi suspenso nesta segunda-feira, pela entidade em que lecionava como medida de precaução, enquanto aguarda a conclusão da investigação que foi aberta.

"Vocês acabam de completar 18 anos e decidiram colocar um fim em suas vidas. A decisão parece irrevogável. Antes deste último impulso, escrevam as razões de seus gestos. Ao fazer um autorretrato, descreva todo o asco que sentem de vocês mesmos. Seus textos lembrarão alguns elementos de suas vidas que causam essa sensação", pediu aos alunos.

Os estudantes do terceiro ano do instituto Montmoreau receberam o trabalho em 22 de outubro, mas a polêmica ficou conhecida quando os pais de alguns alunos reclamaram para a direção da entidade e mandaram uma cópia da redação ao jornal Charente Libre.

"É indignante que um professor proponha um tipo de temas destes para crianças de 13 e 14 anos. Não temos costume de questionar o que acontece na escola, mas tudo tem limite. Qual será o próximo tema? O que você vai sentir quando se drogar?", disseram os pais nas cartas.

O jornal lembra que o suicídio é a segunda causa de mortalidade entre os jovens e aponta que, embora a maioria dos pais acredite que é normal que se trate desses temas em aulas, considera que a forma escolhida não foi adequada.

Os testemunhos recolhidos entre os alunos oscilam entre a surpresa por terem de escrever sobre um tema que, segundo eles, não foi precedido por debate ou explicações e a atitude daqueles que recorreram à imaginação para cumprir com o pedido.

"Eu escrevi sobre uma menina que não se sente nada bem consigo mesma, muito gorda, que todo mundo rejeita, inclusive seus pais", disse uma das alunas, que não quis se identificar e que assegurou que o tema não incomodou.

Antes que o professor fosse suspenso de forma cautelar, o diretor dos serviços departamentais de educação nacional, Jean-Marie Renault, antecipou que um fato deste tipo não pode ser "deixado de lado" e que as denúncias, se confirmadas, terão consequências.

EFE   
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