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Colégio mineiro se torna referência do castelhano no Brasil

Colégio mineiro se torna referência do castelhano no Brasil

8 out 2012 - 06h11
(atualizado às 08h14)
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Um colégio de Minas Gerais que conta com apoio do Ministério da Educação e Cultura da Espanha se transformou em referência para o idioma de Cervantes no país, no qual o espanhol é a segunda língua. A escola Santa Maria, da cidade de Belo Horizonte, tem capacidade para cerca de 1,6 mil alunos de ensino fundamental e médio, mas este ano viu frente a uma enorme demanda que o diretor do instituto, o padre José Fernando de Mello, atribuiu em boa medida à "excelência" atingida em espanhol.

"Temos uma lista de espera que cresce a cada dia" para o próximo ano, explicou à Agência Efe José Fernando, conhecido por seus alunos como "padre Fernando", que disse lamentar não estar em condições de poder satisfazer totalmente essa demanda. O colégio Santa Maria é o único Centro de Convênio que o Ministério da Educação e Cultura da Espanha mantém no Brasil e que recebe desse escritório apoio acadêmico, curricular e de gestão.

Os cursos são dados em espanhol e português, por isso que é o único Centro de Convênio bilíngue existente na América Latina, onde há escolas de mesma personalidade em outros países, mas todos de língua espanhola, como na Argentina, Chile, México, Colômbia, Paraguai, Uruguai e República Dominicana.

Essa condição facilita aos alunos do Santa Maria a obtenção da dupla titulação, o que, segundo padre Fernando, é um dos fatores que encoraja a demanda por uma vaga nessa escola. No entanto, o rendimento acadêmico obtido pelos alunos do Santa Maria é o mais poderoso ímã deste colégio, que ficou em 2011 na 24ª colocação no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), realizado anualmente pelo Ministério da Educação para medir a qualidade das escolas de todo o País.

Segundo padre Fernando, esse rendimento é produto, entre outras coisas, do ensino bilíngue que os alunos recebem desde os primeiros anos, que "abre novos horizontes para as crianças", melhora sua capacidade de compreensão e desenvolve sua curiosidade.

No colégio Santa Maria são dadas aulas em castelhano nas disciplinas de Literatura espanhola, História e Geografia da Espanha, Filosofia, Sociologia e Religião, enquanto o resto das matérias é dado em português.

"Os alunos têm que falar, pensar e discutir em espanhol", o que se reforça com outras atividades culturais, que incluem uma permanente representação de obras de teatro/cinema faladas na língua de Cervantes, explicou padre Fernando. Embora não ocorra com regularidade, muitos dos alunos também têm a oportunidade de viajar para a Espanha, como ocorreu em 2011 com um grupo de 45 crianças que passou dez dias entre Madri e Barcelona.

O convênio que vincula a escola Santa Maria ao Ministério da Educação e Cultura da Espanha foi assinado em 1999, mas o interesse pelo espanhol recebeu um poderoso incentivo em 2005, quando o Governo brasileiro sancionou uma lei que obriga todas as escolas do país a oferecer a seus alunos a possibilidade de estudar essa língua.

Atualmente, e em boa medida graças a essa lei, as autoridades educativas do Brasil calculam que cerca de 4,5 milhões de crianças têm aulas de espanhol em suas escolas, sejam públicas ou particulares. A esse esforço se somou o Instituto Cervantes, que mantém oito sedes no Brasil, o país com o maior número de centros dessa instituição espanhola no mundo.

Um desses núcleos fica em Belo Horizonte e tem diversos planos de cooperação com o colégio Santa Maria, que este ano será inclusive uma das sedes no Brasil para os exames dos Diplomas de Espanhol como Língua Estrangeira (DELE).

EFE   
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