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Parceria entre governo e setor privado cria 11 mil bolsas no exterior

21 set 2012 - 12h40
(atualizado às 19h04)
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Ricardo Santos
Direto de São Paulo

O Ministério da Educação anunciou nesta sexta-feira duas parcerias com o setor privado que vão criar 11 mil bolsas de estudos no exterior para alunos de graduação, doutorado e pós-doutorado no Brasil, por meio do programa federal Ciência sem Fronteiras. Com foco nas ciências médicas, básicas (matemática, física, química e biologia), nas áreas tecnológicas e nas engenharias, segundo o ministro Aloizio Mercadante, o esforço é uma tentativa de minimizar as deficiências do País no desenvolvimento de tecnologias e na inovação no ramo da produção.

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A parceria com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) é responsável por 6 mil bolsas, e as outras 5 mil serão custeadas pela Eletrobrás, num investimento de mais de US$ 300 milhões (cerca de R$ 600 milhões). O investimento será gradual: 10% em 2012, 22% em 2013, 30% em 2014 e 38% em 2015.

O critério para o aluno conseguir a bolsa será, inicialmente, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). "Quem tirar, ou já tirou, mais de 600 pontos no Enem, pode, na hora que entrar na universidade, solicitar a bolsa do Ciência sem Fronteiras", explicou o ministro. Além dessa nota, será levado em conta o desempenho acadêmico do universitário. "O programa está assentado na meritocracia. Não é uma relação em que o professor ou diretor escolhe; é o desempenho do aluno que o credencia a participar."

Junto às 11 mil bolsas, o governo lança também o programa Inglês sem Fronteiras. "A demanda de línguas explodiu por causa do Ciência sem Fronteiras", justificou o ministro. Serão disponibilizados cursos e exames de proficiência de inglês para todos os 100 mil alunos que são elegíveis para o programa de bolsas. "A proficiência da língua é um problema que nós temos. O último edital teve uma demanda brutal por Portugal e Espanha. O que está por trás? Alunos competentes, brilhantes, que nunca tiveram chance de dominar a língua e se sentem intimidados", afirmou Mercadante.

Segundo ele, as parcerias com universidades estrangeiras disponibilizam até 18 mil vagas em instituições dos Estados Unidos e 10 mil em países como Canadá, França e Reino Unido. O tempo de permanência no exterior para alunos de graduação é de um ano a um ano e meio, e o prazo é maior para doutorandos e pós-doutorandos.

Foco no mercado

"Nessa crise internacional, nós temos que entender que o mundo inteiro está buscando competitividade. A maioria dos países está arrochando salário e demitindo. Nós estamos com baixo desemprego e mantendo salário e mercado interno. Agora, nós temos que aumentar a eficiência", disse Mercadante. "O que vai aumentá-la a médio e longo prazo é a educação. Ou nós formamos pra valer os nossos jovens, ou nós não teremos competitividade naquilo que interessa, que são os setores exportadores de futuro."

"Estamos acompanhando uma grande demanda por presença de empresas estrangeiras no Brasil. Qual é o primeiro elemento que eles querem saber? Recursos humanos. Não apenas de nível técnico, mas também mestrado e doutorado", afirmou o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Almeida Guimarães. Segundo ele, as empresas estão sendo atraídas por Estados brasileiros que têm maior qualificação nesse nível, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, outro presente no anúncio da parceria, também reforçou que a prioridade do programa é impactar no mercado de trabalho e na economia brasileira. "Quem sustenta a atividade econômica do mundo moderno, no mundo em que predomina a economia do conhecimento, são profissionais de alta qualificação, em todos os níveis, em todas as áreas. Nosso foco no Ciência sem Fronteiras está sendo desenvolver protagonistas que se encaminhem diretamente, o máximo possível (...) para trabalhar nas empresas brasileiras, para que esse programa tenha um impacto imediato na economia do País."

Fonte: Terra
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