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RJ não supera meta para 2011 do Ideb nas séries iniciais

Com Ideb de 5,1, RJ não supera meta para 2011 nas séries iniciais

14 ago 2012 - 17h16
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Giuliander Carpes
Direto do Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro foi um dos dois Estados da Federação - o outro foi o Rio Grande do Sul - que não conseguiu superar a meta do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para 2011 nos anos iniciais do ensino fundamental. O Ministério da Educação havia estipulado índice de 5,1 e foi exatamente o que o Estado conseguiu na avaliação total, quando também são contabilizadas as escolas privadas.

Mas o índice das escolas públicas ficou em 4,8 e piora quando é levada em conta apenas a rede estadual: se limita a 4,3. O resultado fica abaixo da média nacional de 5,0 e se compara a Estados que tradicionalmente têm problemas educacionais, como Amazonas, Paraíba e Pernambuco. O Rio de Janeiro teve indicadores inferiores inclusive aos dos demais Estados da região sudeste no levantamento. Minas Gerais obteve nota 5,9 no Ideb, seguido por São Paulo (5,6). O Espírito Santo ficou 0,1 ponto acima do Rio, com 5,2, mas acima de sua meta de 5,0.

A secretaria estadual de educação coloca a culpa do resultado nos municípios, já que realizou a "municipalização" da rede pública do ensino fundamental. O Estado procura não abrir mais vagas nas séries iniciais e está transferindo a responsabilidade para os municípios também nas séries finais, processo que deve ser concluído até 2015. O problema é que as cidades, em sua maioria, ainda não conseguem oferecer vagas e qualidade suficientes.

"Precisamos buscar uma sincronia entre as políticas dos municípios e Estados. O desejado é que os municípios tenham um planejamento de longo prazo, com objetivos claros e governança adequada. A rede estadual recebe, anualmente, novas matrículas do ensino fundamental ¿que cresce ano a ano¿ oriundas das redes municipais que não conseguem oferecer esse segmento. Isso significa dizer que os alunos chegam à rede estadual com elevada defasagem de conteúdo e, ainda, em situação de defasagem idade/série preocupante, o que torna o nosso desafio ainda maior", analisou o secretário estadual de educação Wilson Risolia.

O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), que é contrário aos critérios utilizados no Ideb, também discorda do processo de municipalização da educação de base fluminense. "O governo acaba passando a responsabilidade e a grande maioria dos municípios não tem condições de atender. Este resultado não é novidade nenhuma para nós. A municipalização está se virando contra o próprio governo", afirmou o coordenador-geral do sindicado, Alex Trentino. "O importante era ter um diagnóstico de rede para que se possa propor melhorias."

A capital fluminense é uma das poucas cidades do estado que se salva no levantamento. A rede municipal carioca atingiu nota 5,4 para alívio do prefeito Eduardo Paes, candidato à reeleição, que vem respondendo questionamentos de seus adversários em relação à educação. Segundo ele, é possível que o Rio tenha o melhor ensino fundamental entre as capitais do País em pouco tempo.

"Nós saímos de uma realidade de aprovação automática, da criança passando de ano se aprendesse ou não, para um modelo nacional hoje. Nós vamos avançar agora na escola de ensino integral, já dobramos o número de creches nestes últimos três anos e meio. Esse é um processo possível. O Rio tem que ser o primeiro", disse Paes em entrevista exclusiva ao Terra.

Fonte: Terra
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