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Greve das federais: com pouca aula, calouros temem ter base prejudicada

14 ago 2012 - 07h48
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Joyce Carvalho
Direto de Curitiba

Calouros de diferentes cursos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) estão passando por uma situação atípica neste ano. Com a adaptação à vida universitária recém começando, tiveram as aulas interrompidas pela greve de professores e servidores dois meses e meio após o início. Sem previsão de retomada, os estudantes estão preocupados com a base de conhecimento que deixam de ter para a sequência da faculdade.

O estudante Lucas Vinicio Maldonado, que está no primeiro período do curso de Engenharia Elétrica no campus Curitiba da UTFPR, conta que o primeiro semestre do ano ainda não foi fechado na universidade e que algumas provas ficaram pendentes. "Fiquei decepcionado quando a greve começou. Acho que isto acaba prejudicando a base que estamos construindo. Estava tendo muitas aulas de cálculos", afirma. Desde maio, Lucas fica praticamente em casa, aguardando o retorno de professores e servidores.

Outros alunos na mesma situação de Maldonado não acreditavam que a paralisação duraria tanto. "Não esperava que os professores da UTFPR fossem aderir à greve. Historicamente, os professores não têm esta adesão, e sim os da UFPR. Também não acreditava que a greve duraria tanto tempo", comenta Gabriela Debas dos Santos, que cursa o primeiro período de Letras na UTFPR depois de fazer todo o ensino médio técnico na mesma instituição. De acordo com ela, a paralisação quebrou o ritmo de trabalhos nos primeiros meses da nova fase na universidade. "Acredito que o mesmo tenha acontecido com os outros colegas. Ninguém está com a 'cara nos livros'", revela.

Gabriela ainda vive uma situação inusitada. A greve está afetando a estudante em dois sentidos. De um lado, ela não está tendo aulas no curso de Letras; de outro, também está em greve. Gabriela trabalha na UFPR e o setor em que trabalha aderiu à paralisação, não deixando alternativa. "Vamos esperar e ver até onde isto tudo vai", declara.

De qualquer forma, os alunos já estão se preparando para reporem as aulas após o fim da greve. Isto deve ocorrer com períodos maiores durante a semana e com aulas aos sábados, além da ampliação do calendário para o período de férias de verão, como já ocorreu em outras ocasiões.

Os servidores técnico-administrativos das universidades federais reivindicam reajuste salarial e rejeitaram a proposta do governo federal de um aumento de 15% parcelado em três anos, a partir de 2013. Os professores pedem a reestruturação da carreira, principalmente. Apesar das duas paralisações, a UFPR anunciou o calendário para o vestibular 2013, que será realizado no fim do ano. A instituição informou que a Feira de Profissões deste ano, que reúne todos os cursos ofertados pela universidade, foi transferida para o período entre 14 e 16 de setembro em função das greves. A organização espera a circulação de 55 mil pessoas nos três dias de feira.

Fonte: Especial para Terra
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