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Greve de professores das federais vai continuar, diz Andes-SN

2 ago 2012 - 19h52
(atualizado às 20h32)
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Após 78 dias de greve, estudantes das instituições federais de ensino superior do País seguem sem perspectiva de volta às aulas. Segundo a presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Marinalva Oliveira, a expectativa da categoria é "fortalecer a greve" e continuar "insistindo nas negociações". "Nós acreditamos que ninguém vai voltar a trabalhar", disse.

Professores de universidades e institutos federais em greve realizaram uma passeata na manhã desta quarta-feira pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília
Professores de universidades e institutos federais em greve realizaram uma passeata na manhã desta quarta-feira pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília
Foto: Luciana Cobucci / Especial para Terra

"Quem interrompeu o processo de negociação foi o governo e não nós. Foi uma decisão unilateral. A partir daí, nós manifestamos a decisão de fortalecer a greve. A decisão de toda a categoria é continuar o processo de negociação", disse Marinalva. Representantes dos professores universitários federais vão solicitar audiência com os ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e do Planejamento, Miriam Belchior, para tentar flexibilizar a proposta.

Das quatro entidades que representam os docentes federais de ensino superior, três se recusaram a firmar acordo com o governo. Apenas a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) aceitou a proposta, que prevê reajustes de 25% a 40% e redução do número de níveis de carreira de 17 para 13.

No entanto, a federação representa apenas sete universidades. Destas, uma não aderiu à greve. Das seis restantes, apenas uma, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Paulo, aceitou a oferta do governo. As demais seguem em paralisação.

"O governo quando veio com a proposta dele, em nada considerou a proposta colocada pelo Andes-SN. Nós trabalhamos com reestruturação de carreira. Queremos o mesmo percentual de aumento entre os níveis (5%), progressão de carreira segundo critérios de titulação, por tempo de serviço e desempenho que sejam definidos em cada instituição e não como o governo propõe, definido posteriormente. É como se você tivesse assinando um cheque em branco para a progressão", disse Marinalva.

Os representantes do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) também não concordaram com a nova oferta. Dados do Andes-SN e do Sinasefe apontam que a paralisação atinge 57 das 59 universidades federais, além de 34 dos 38 institutos federais de educação tecnológica.

O governo federal apresentou no dia 24 de julho uma nova proposta às entidades que representam os professores universitários. Os aumentos, que serão escalonados durante os próximos três anos, começam a vigorar a partir de março de 2013. Na proposta anterior, feita no último dia 13, o aumento iria vigorar a partir de julho. Veja no quadro abaixo a nova proposta:

Agência Brasil Agência Brasil
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