Por causa de greve, BH vai comprar vagas em creches particulares
A prefeitura de Belo Horizonte (MG) decidiu comprar vagas em creches privadas para atender os alunos da rede municipal que estão sem aulas por causa da greve dos educadores infantis, iniciada no dia 14 de março. De acordo com comunicado publicado na edição de quinta-feira do Diário Oficial do Município, serão atendidas crianças de 0 a 6 anos.
"Tal iniciativa se justifica pelo prejuízo causado às crianças e seus familiares devido à greve dos educadores infantis", informou a prefeitura em comunicado. Segundo a Secretaria de Educação, um edital será publicado na próxima semana para que as escolas interessadas em receber os alunos possam se cadastrar. O número de vagas ofertadas, de acordo com a secretaria, vai depender da disponibilidade das instituições particulares.
Segundo Luiz Henrique Roberti, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Belo Horizonte, a iniciativa da prefeitura desrespeita o movimento legítimo da greve dos educadores. "Pagar escolas privadas é um desrespeito à população", afirmou. Segundo ele, a categoria cobra uma equiparação na carreira com os professores da educação básica. "Os educadores infantis têm salário mais baixo e benefícios inferiores. Queremos que os direitos sejam iguais", afirmou.
De acordo com a assessoria da Secretaria de Educação, a prefeitura encaminhou um projeto de lei para a Câmara de Vereadores para que a nomenclatura de "educador infantil" seja substituída por "professor", o que deve garantir os mesmos direitos para aposentadoria. Mas sobre igualdade nos salários e na progressão da carreira, o órgão informou que não é discutido pela prefeitura.
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