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Papel de professores é questionado no Fórum da Liberdade

17 abr 2012 - 19h39
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A mudança do papel dos professores, que deixam de ser "meros repassadores de conhecimento" para se transformarem em "asseguradores de aprendizagem", e o papel dos pais no desenvolvimento das crianças em busca dos empreendedores do futuro, foram algumas das colocações feitas pela secretária municipal de Educação do Rio de Janeiro, Claudia Costin, e pelo professor canadense naturalizado americano Stephen Hicks, durante o painel "Educação: Obedecer, Pensar ou Criar?", que aconteceu na 25ª edição do Fórum da Liberdade, em Porto Alegre, nesta terça-feira.

Durante a palestra, Claudia focou sua fala nas recentes conquistas do Brasil na educação, e desmistificou o pensamento de que a educação do passado era melhor que a atual. "No final da década de 60, o Brasil tinha 40% das crianças na escola - aquelas escolas que minha geração faz muita menção - e hoje temos 97%. Ao universalizar, começam a aparecer os problemas na educação, que estão relacionados com o baixíssimo nível de educação dos pais", disse.

Segundo ela, outro fator que favoreceu a decadência do ensino público, foi a valorização da mulher no mercado de trabalho, o que fez com que as professoras do passado migrassem hoje para as empresas. Claudia disse que, mesmo em comunidades carentes do Rio, a maioria das crianças tem acesso à internet, o que obrigou os professores a mudarem de postura. "Os professores não podem achar que são apenas transmissores conhecimento (...) têm que ser facilitadores do processo de aprendizagem".

Essa última colocação da secretária foi precedida da fala do professor de Filosofia Stephen Hicks, autor de obras como Explicando o pós-modernismo: ceticismo e socialismo de Rousseau a Foucault e Nietzsche e os nazistas, que defendeu que as escolas não podem mais ser as únicas responsáveis pela educação e estímulo das crianças, tendo em vista a necessidade que os países possuem de formarem profissionais empreendedores e criativos.

"O que a cultura americana faz de melhor? É a preocupação que os pais têm com o que os filhos fazem fora da escola. A maioria das instituições possui clubes de xadrez, debate, inovação e fazem visitas a museus e galerias de arte", disse o professor ao explicar sobre um grupo de japoneses que buscou junto às escolas dos Estados Unidos o motivo para o empreendedorismo dos americanos.

Para Hicks, atividades esportivas, "quase uma obsessão entre os americanos", são um exemplo de iniciativas que ensinam as crianças sobre "competição, sucesso, falhas, trabalho duro... valiosas lições", enumerou. Segundo ele, o ambiente nas escolas deve ser de estímulo ao aprendizado livre, nos mesmos moldes do que se faz com as crianças nos primeiros anos de vida. "Temos que enfatizar em uma estrutura positiva".

Fonte: Terra
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