PUBLICIDADE

Pais devem conhecer rotina de estudante que mora sozinho

18 jan 2012 - 08h57
(atualizado às 13h57)
Compartilhar

Fazer faculdade e morar sozinho. Esses desejos costumam estar no topo da lista de jovens que sonham com mais liberdade. Mas o deslumbramento por finalmente estar longe de casa - e das cobranças dos pais - pode prejudicar o desempenho nos estudos. Para evitar que a nova experiência termine em decepção, continuar monitorando quem vai é a grande tarefa de quem fica.

Segundo especialista, é preciso acompanhar de perto a adaptação do filho ao novo ambiente
Segundo especialista, é preciso acompanhar de perto a adaptação do filho ao novo ambiente
Foto: Unicamp / Divulgação

Com 15 anos, Thaís Franco saiu de Mineiros, no interior de Goiás, e foi para Goiânia cursar o ensino médio. A distância e as responsabilidades não foram problema para a jovem, que hoje mora na Argentina e cursa Medicina na Universidade de Buenos Aires (UBA). Thaís vive com os dois irmãos e garante que o bom desempenho acadêmico se deve ao constante auxílio dos pais. "Eles sempre organizaram tudo para que eu ficasse o mais confortável e segura possível", conta.

A chave para o sucesso da empreitada está nas mãos dos pais, dizem os especialistas. Não basta ajudar na escolha do apartamento e mandar dinheiro todos os meses. Segundo o psiquiatra e coordenador do Departamento de Infância e Adolescência da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, Emílio Salle, é preciso acompanhar de perto a adaptação do filho ao novo ambiente.

Para isso, o especialista sugere visitas periódicas e auxílio na hora de cumprir tarefas. "É importante conhecer o local onde o jovem mora, organizar as coisas, ajudá-lo a criar uma rotina. No início, ele vai precisar de auxílio para pagar as contas e comprar comida, por exemplo. Depois, vai se adequar a suas particularidades. A partir da ajuda dos pais, ele vai começar a se virar sozinho", afirma.

Criar uma rotina ajuda o estudante a se organizar. Estipular horários, criar planilhas de estudo e não se render às noitadas durante a semana são boas dicas para quem vai encarar o desafio. Ainda assim, a família tem papel decisivo tanto na adaptação quanto no desenvolvimento do jovem durante o período. "A educação que meus pais me deram desde pequena foi a chave para que eu não ficasse maluca com essa liberdade, como acontece com muita gente", acredita Thaís.

Os primeiros meses são decisivos e, segundo o psiquiatra, o controle dos pais nesse período pode evitar que o estudante não cumpra suas tarefas ou acabe se envolvendo em problemas mais graves, como drogas. "Mesmo os mais centrados precisam de um leve empurrãozinho. Os pais têm que estar próximos no início dessa nova fase", alerta.

A distância acaba dificultando a presença da família na rotina do jovem, mas o especialista aposta em ferramentas bastante tradicionais: vale fazer visitas esporádicas para acompanhar o andamento da vida doméstica e ligar de vez em quando para checar se está tudo bem. "Não dá para liberar geral. É preciso criar ferramentas de controle. O adolescente pode reclamar, mas vai se sentir mais protegido, entender que os pais estão monitorando e que ele não pode fazer o que bem entender", sugere.

Para se dar bem nos estudos, Thaís diz que buscar lugares tranquilos é bom para quem precisa estudar. "Procuro ir a bibliotecas e ficar longe do computador. Adoro ficar conversando com meus amigos que estão no Brasil, e isso pode acabar atrapalhando a concentração", afirma. Ela também indica criar um cronograma para controlar as tarefas, o que evita que um cochilo no sofá em hora indevida acabe atrapalhando a rotina. "Às vezes, o estudo me obriga a abrir mão de fazer coisas que gosto, como sair com os amigos e viajar, mas sei que será recompensador", conta.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
Compartilhar
Publicidade