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Para superar a reprovação, apoio da família é fundamental

Para superar reprovação no colégio, apoio da família é funtamental

3 jan 2012 - 08h37
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A reprovação, uma das maiores frustrações da trajetória escolar, põe à prova a estrutura do aluno e da família, além da habilidade da instituição para lidar com a decepção e as necessidades de quem vai ter que repetir o ano. Nessa hora, não vale castigo: é preciso fazer com que a criança ou o jovem entenda o que o levou a esse resultado - além de planejar ações que evitem a mesma situação no ano seguinte.

A reprovação é resultado de um desempenho abaixo do esperado durante todo o ano. Por esse motivo, segundo a coordenadora associada do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Maria Marcia Malavasi, não dá para esperar que os exames finais salvem o aluno da repetição do ano. "Ele não vai aprender em um mês ou 20 dias o conteúdo de um ano todo que, por várias razões, não aprendeu", diz. "O importante é fazer um acompanhamento durante todo o ano letivo."

Nessa hora, a tranquilidade e organização dos pais são fundamentais. Entre as medidas a serem tomadas, está a elaboração de uma rotina de estudos. "Não adianta colocar de castigo. É preciso que já no início do ano os pais acompanhem as lições em casa, estejam presentes na escola e reflitam sobre o projeto pedagógico da escola, que deve combinar com os hábitos familiares", aponta. Propor atividades diferentes também pode ajudar. "Ler com a criança em casa e frequentar cinema, teatro e apresentações musicais compõem um universo de aprendizado indireto, que também é importante", sublinha.

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a taxa de reprovação no ensino fundamental foi de 10,3% em 2010. No ensino médio, esse número foi um pouco maior: 12,5%. Segundo Vânia Turra, supervisora pedagógica do Colégio Bagozzi, de Curitiba (PR), durante todo o ano, as escolas oferecem aulas de reforço e oportunidades de recuperação para os alunos. "Reprovar não é um dos objetivos da escola. Por isso, nós mantemos contato com a família, indicamos alternativas para ajudar o aluno se recuperar e avisamos os pais sobre a possibilidade de reprovação, para que eles possam cobrar em casa", afirma.

Trocar de escola nem sempre é bom para quem reprova

Bruno, cujo nome verdadeiro será preservado, cursou a 8ª série em 2010, mas não conseguiu evitar a reprovação em português e história. O estudante de 15 anos precisou repetir a série em 2011 - e, para isso, teve apoio dos pais e da escola. "Eu sabia que corria risco, mas não consegui alcançar a meta. No começo foi difícil, mas eu fui me acostumando", lembra. Ele conta que chegou a pensar em trocar de escola, mas logo mudou de ideia. "Em outra escola ia ser mais difícil ainda, porque eu estaria longe dos meus amigos."

É comum que o aluno ou a família queiram trocar de instituição no ano seguinte. Mas, segundo Marcia, para que isso aconteça, é preciso levar em conta o motivo da reprovação. "Se foi só falta de aprendizado, não faz sentido. Se houver outro motivo, a família deve avaliar bem, porque tirar uma criança da escola é romper os laços afetivos, que são decisivos nessa época", analisa.

O sistema de dependência é uma alternativa oferecida por algumas instituições. Com ele, os alunos passam para a série seguinte, repetindo apenas uma ou duas disciplinas nas quais foram reprovados. Para a coordenadora do curso de Pedagogia da Unicamp, essa pode ser uma boa opção. "É muito ruim a criança ter que rever conteúdos que já aprendeu, e a dependência resolve esses problema", diz. No entanto, Marcia alerta para a necessidade de reestruturação pedagógica das instituições que adotam esse sistema. Seja mudando de escola, optando pela dependência ou repetindo a série com novos colegas na mesma instituição, uma coisa é certa: a reprovação não é o fim do mundo.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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