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Por melhores salários, professores fazem greve de fome em MG

Por melhores salários, professores fazem greve de fome em MG

20 set 2011 - 17h46
(atualizado às 19h56)
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Ney Rubens
Direto de Belo Horizonte

Dois professores da rede estadual de educação protestam desde o final da tarde de segunda-feira em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte. Os educadores Abdon Geraldo Guimarães e Marilda de Abreu Araújo afirmaram que estão em greve de fome por tempo indeterminado e só pretendem sair do local quando as negociações salariais entre o governo e o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute) forem retomadas.

"O nosso propósito é que o governo se sensibilize e abra negociação com o sindicato, porque o que ele está oferecendo não atende a categoria, e também em solidariedade aos companheiros que estão desde o dia 8 em greve. Alguns estão até sem alimento em casa. Nós vamos ficar até o dia que o governo fizer abertura (das negociações), ou que a greve chegue ao fim", disse Marilda, que é diretora do Sind-Ute e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

Em greve há 105 dias, os professores realizaram na tarde desta terça-feira mais uma assembleia em Belo Horizonte e decidiram pela manutenção da greve no Estado. A medida desafia decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que estabeleceu o retorno imediato dos professores para as salas de aula sob pena de multas que variam de R$ 20 mil a R$ 50 mil por dia não trabalhado. Uma nova assembleia foi marcada para a próxima terça-feira.

A assembleia da categoria ocorreu depois da reunião com o deputado Luiz Humberto Carneiro (PSDB), líder do governo na ALMG. Segundo o sindicato, "o parlamentar apenas reforçou a posição do governo e não houve avanço nas negociações". De acordo com o Sind-Ute, a instrução é para que a greve continue até que seja cumprido pelo governo mineiro o piso salarial nacional de R$1.187, determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em nota, a Secretaria de Educação apresentou instruções para que as escolas afetadas pela paralisação dos professores organizem os seus calendários para cumprir os 200 dias letivos obrigatórios. De acordo com a secretaria, serão utilizados todos os sábados a partir do próximo dia 24 e também os meses de janeiro e fevereiro de 2012.

"A maioria das escolas que aderiu à greve não ficou o tempo todo parada, portanto a tendência é que as escolas façam calendários diferentes, com datas distintas para o fim do ano letivo de 2011", disse a secretaria em nota.

Dois professores estaduais de Minas Gerais entraram em greve de fome para protestar por melhores salários
Dois professores estaduais de Minas Gerais entraram em greve de fome para protestar por melhores salários
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Fonte: Especial para Terra
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