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Chile: governo descarta nova proposta educacional e cobra diálogo

10 ago 2011 - 15h43
(atualizado às 17h03)
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O Governo chileno descartou nesta quarta-feira apresentar novas propostas de reforma educacional aos estudantes, que há três meses reivindicam ensino público gratuito e de qualidade, e convidou-os a dialogar sobre as 21 medidas que apresentou na semana passada.

"Não há nova proposta porque acreditamos que a oferta da última segunda-feira inclui todos os temas", defendeu o porta-voz do Palácio La Moneda, Andrés Chadwick, em alusão ao plano apresentado pelo ministro da Educação, Felipe Bulnes, rejeitado pelos diretórios estudantis.

As agremiações consideraram insuficientes pontos como garantia constitucional da qualidade e gratuidade da educação pública, proibição do lucro das universidades privadas e devolução ao Estado da administração do sistema de ensino.

Sobre o embasamento da rejeição, reforçada pela greve nacional que nesta terça-feira deixou 78 feridos, sendo 55 soldados e 396 detidos nas manifestações - cálculos dos estudantes contabilizam 500 mil pessoas em todo o Chile - as federações haviam dado prazo até esta quarta-feira ao Governo para melhorar sua proposta. "Estamos ressaltando aos dirigentes (estudantis) que a proposta está na mesa é gostaríamos que eles sentassem para trabalhar com o governo, com os parlamentares", disse Chadwick em declarações ao Canal 13.

O ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter, chamou os estudantes a refletir e trabalhar com as autoridades em projetos para melhorar a educação. Ele rejeitou ainda novas manifestações, o que considera seriam "extraordinariamente inoportunas". "O governo chama os estudantes a reflexão, questiona se não chegou o momento de trabalhar sério, em mesas de discussão, no Congresso, em projetos de lei", disse Hinzpeter aos jornalistas.

As organizações estudantis assinalaram que se não receberem uma resposta adequada às demandas vão manter as mobilizações, apesar do risco de perderem o ano letivo. "O movimento segue, custe o que custar", garantiu nesta quarta-feira a dirigente Daniele Isla, estudante de ensino médio, quem acrescentou em declarações à rádio Agricultura que a mobilização não é só dos estudantes, "mas dos pais e dos trabalhadores".

Diante deste contexto, o ministro da Educação, Felipe Bulnes, colocou nesta quarta-feira três possibilidades de recuperar as aulas para os alunos que queiram salvar o ano. Uma é que os colégios ocupados (pelos estudantes) compartilhem a infraestrutura com outros estabelecimentos que não estejam, de tal modo que um colégio funcione pela manhã e outra pela tarde.

A segunda opção é que as escolas tomadas funcionem em locais alternativos, como ginásios, bibliotecas ou estabelecimentos pré-universitários. Outra alternativa é permitir que os alunos estudem em suas próprias casas e depois façam exames de avaliação para passarem ao ano seguinte.

Para isso, os estudantes precisam inscrever-se em um registro do Ministério de Educação, que vai entregar a eles os conteúdos que devem estudar para prestar as provas, assim como o material pedagógico necessário. Bulnes chamou o plano "Salvemos o ano letivo" e o definiu como "uma forma de dar alívio a esta situação que tem pais e alunos preocupados".

Os estudantes chilenos cobram melhorias no ensino público
Os estudantes chilenos cobram melhorias no ensino público
Foto: EFE
EFE   
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